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Artigos-->RENASCENÇA MUSICAL - SÉCULO XVI -- 22/11/2015 - 10:39 (LUIZ CARLOS LESSA VINHOLES) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos







                                                                                                                                                   RENASCENÇA MUSICAL – SÉCULO XVI



                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                              L. C. Vinholes





 Foi o século XVI, no que diz respeito às artes, e, muito especialmente à música, um verdadeiro ponto de encontro onde se chocaram os diversos elementos da arte dos séculos anteriores, destruindo-se uns e submetendo-se outros a uma inteira reestruturação que resultaria nos princípios e na matéria prima da arte do futuro, a arte clássica.





 Este período, de agitação estética e histórica, recebeu por parte dos estudiosos o nome de Renascimento.





 Foi um retorno ao formalismo, ao humanismo, ao misticismo, à austeridade luterana e calvinista, ao materialismo baixo e ao espiritualismo mais elevado, porém não foi uma ideia comum que levou os povos a tudo isso, mas sim uma variedade de elementos singularmente batizados.





 Criou-se o conceito da necessidade de união entre a poesia e a música, artes que não poderiam estar separadas, pois, como dizia Ronsard: “A poesia sem a música tem falta de graça e a música sem poesia é inanimada”.





 O estilo polifônico que havia encontrado nos compositores do século XV uma forma rebuscada, mesmo nas canções profanas mais singelas, foi simplificado pelos criadores da Renascença.





 A rigorosidade das formas e a severidade dos princípios contrapontísticos não foram mais seguidas pelos que iniciavam o novo caminho da composição musical.





 Encontramos os nomes de Nicolas Gombert, Passereau, Claudio de Sermizy, Janequim, Rolando de Lassus, Costely, Jocobo Mauduit. Muitos destes são encontrados nos principais livros da música religiosa a qual, com a reforma luterana, ganhou caráter novo, admitindo modificações em seu estilo, tornando-se mais acessível ao povo, pelas afinidades melódicas entre si e a música profana.





 De Lassus estava à frente dos que continuavam fiéis à igreja católica e escreveu motetos, salmos e mais de 50 missas. Nos ofícios luteranos ouvimos a música de Hans von Hassler, Johann Walter, Michel Proetorius e entre os que se consagraram aos templos calvinistas, temos Claudio o Jovem, Goudimel, Loya Bourgeois e Filiberto Jambe-de-Fer.





 Na Academia de Música e de Poesia (1571) do poeta Antonio de Baif, protegido por Carlos IX, encontravam-se músicos, das três correntes, e poetas, um ponto de encontro comum.





 A nação mais ativa nas novas diretrizes foi a Itália, com os centros Roma, Milão, Ferrara e Florença, onde se reuniam as grandes figuras da época, de todos os ramos da arte musical.





 A Itália adquire personalidade e começa a mostrar seus próprios filhos até que, por 1526, nasce Giovanni Pierluigi da Palestrina, mestre de Capela Juliana e depois Sistina. Foi ele o unificador o transformador da música religiosa, que nos ofícios venezianos se tornara teatral e com um cunho cromático por parte de muitos compositores.





 Outro músico de grande importância que tem sua biografia um tanto desconhecida é Tomas Luis de Victoria (1540?), natural de Ávila e possuidor de uma expressão mística diferente da de Palestrina.





 A música tinha um caráter internacional com os muitos intercâmbios entre músicos e música, mas, repentinamente, iniciam-se reações contrárias que vão determinar os grupos, que pouco a pouco, formam as escolas nacionalizadas e bem distintas.





 Foi neste primeiro século da Renascença, que encontramos o nome de Zarlino (1517-1590), sábio que escreveu uma obra técnica, estudando os fenômenos acústicos da harmonia, a construção dos acordes através da física, o cromatismo e o contraponto, de uma forma não clara, que até nossos dias cauda admiração.





 No que diz respeito aos instrumentos usados, houve transformações. A voz fora exaustivamente aproveitada e, necessário, era o aparecimento dos novos instrumentos. Surgiram os órgãos e os instrumentos de teclado, a viola, o violino e outros mais, além de que, o desenvolvimento das técnicas peculiares, as quais permitiram desenhos composicionais mais interessantes. Aparece o conceito da tonalidade, com um caráter claro, mudando o rumo dos compositores que surgem nos períodos posteriores ao século XVI. Novos caminhos, novas explorações a fazer, novos segredos a revelar, novas obras a realizar: tudo isto devido ao abandono dos modos antigos, abandono este lamentado por muitos historiadores.

 





NotaPublicado em 15.09.1953 no Boletim Semanal nº 13, órgão independente dos alunos da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP.







 



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