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Artigos-->PEDRO XISTO E AS CIDADES-IRMÃS SANTOS E NAGASAKI -- 24/11/2015 - 18:51 (LUIZ CARLOS LESSA VINHOLES) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

                                                                                                       PEDRO XISTO E AS CIDADES-IRMÃS SANTOS E NAGASAKI                                                                                                                                                                                                                                    L. C. Vinholes



Por iniciativa do presidente Dwight Eisenhower, anos depois de terminada a segunda guerra mundial, começaram a ser negociadas as aproximações entre cidades estadunidenses e cidades japonesas. Foi uma maneira que os vencedores encontraram para amenizar o clima nada positivo que ainda reinava entre os que sobreviveram às agruras bélicas.



Com o tempo, aproximações idênticas, mas por motivações diferentes e objetivos afins, começaram a serem celebradas entre cidades de outros países e parceiras do Japão.



Entre o Brasil e o Japão as duas primeiras cidades-irmãs surgiram na década de 1960: em setembro de 1963, Pelotas, no Rio Grande do Sul, e Suzu, na Província de Ishikawa, e, em março de 1967, Porto Alegre, capital do referido estado, e Kanasawa, capital da citada província. As últimas de que se tem notícia foram as cidades de Hamamatsu, em Shizuoka, e Manaus, no Amazonas, em 2008.



Os anos foram passando e por motivos, os mais diversos, inclusive os alimentados por interesses de alguns políticos tupiniquins, outras cidades brasileiras e japoneses tornaram-se “shimaitoshi”, cidades-irmãs. Hoje são 47 geminações entre cidades dos dois países. É curioso observar não existir geminação de cidades japonesas com cidades do nordeste do Brasil. A partir de 1980 começaram as celebrações de irmandade entre províncias japonesas e estados brasileiros, as primeiras sendo Hyogo e Paraná, em maio de 1970.



Os objetivos principais da aproximação entre cidades não só do Brasil e do Japão, mas também destes com a de outros países, basicamente, tem sido o intercâmbio cultural, turístico e comercial.



As cidades de Santos e Nagasaki, por serem importantes cidades portuárias nos dois países, celebraram seus laços de fraternidade em julho de 1972. Nessa ocasião, o adido cultural da Embaixada do Brasil no Japão, em cerimônia realizada em Nagasaki, em nome do titular da representação diplomática brasileira, brindou seleta plateia com saudação elaborada pela sua sempre brilhante pena e marcante habilidade de lidar com palavras e ideias. Tive o privilégio de receber cópia, pois o autor sabia do meu interesse pelas celebrações de laços de fraternidade entre cidades dos dois países. Eis os paralelos traçados por Pedro Xisto:



“A vocação pacífica e internacional de Nagasaki reafirmou-se, recentemente, com seu monumento de bronze (natureza de sino) à Paz – um homem forte que aponta, ao mesmo tempo, para o alto e para o horizonte, a coordenada celeste e a terrena, o homem na interseção dos dois planos do cosmo e da vida. Contemplando-se o esquema direcional dos braços da estátua pelo dos bens plantados membros inferiores, ressalta um quadrado – a terra – inscrito num círculo imaginário – o céu. E daí resulta uma mandala, contribuição do Oriente para a harmonia universal.



A cidade de Santos produzira do seu lado, o outro lado do globo, um homem de carne e osso, nervo e cérebro. Dedicado à paz entre as nações, a começar pelo Brasil que talhava e chantava ainda seu perfil independente. Foi Alexandre de Gusmão – o patriarca dos diplomatas brasileiros - que, preparando o tratado de Madri, em 1750, entre Portugal e Espanha, cuidou de preservar de guerras o Brasil e outros territórios sul-americanos. E. antecipando-se de muitos anos ao preceito constitucional brasileiro de negociar, preventivamente, a paz, o santista Alexandre de Gusmão acrescentava: “A dita continuação de perpétua paz e boa vizinhança não terá só lugar nas terras e ilhas da América Meridional”... “senão, também, nos rios, portos e costas e no mar oceano”.



Uma linguagem fundadora, a dos homens de Nagasaki e Santos. Estas já eram, “avant la lettre”, Cidades-Irmãs. O Adido Cultural da Embaixada do Brasil, tem, assim, a honra de representar sua Excelência o Embaixador, para se congratular com todos quantos tornaram possível o êxito dos entendimentos, especialmente, os Senhores Prefeitos de Nagasaki e Santos; e confia em que se estendam e se intensifiquem as relações exemplares. Obrigado.”


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