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Poesias-->Festim na autarquia -- 01/06/2003 - 09:11 (Raul Pinto) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Festim na autarquia



(para Alexei Bueno)



Em inultos festins, a cobiça

devassou as profundezas do absurdo!

Enfileiremos os olhos inúmeros,

nossos olhos de vivas gerações,

(ou daquelas gerações já morridas!)

que em haustos de infinitas frustrações,

calaram ao delírio entre o Poder

e a Concupiscência!



Tudo seria cioso e respeitado:

a vela, ao rio, afagando rostos lívidos

e lassos, mas ao alívio do aporto.;

o granito da foz do Tacutu

tingido a bacamartes estrangeiros.;

a promessa, o suor, sangue do cearense,

paraibano, piauiense, maranhense,

gaúcho, paraense, do acreano...

Uns fazendeiros, outros garimpeiros,

outros colonos, outros comerciantes,

uns barnabés, enfim, aventureiros.;

mas todos pioneiros!



Ó grei de festeiros!

Para isso não nascemos neste chão!

Para isso, muito menos, vieram tantos!

Que se mire nos olhos dos que à morte,

com audácia, ousaram enfrentar:

serena maldição do imponderável,

espectro derradeiro que espera

a nós todos!... O último juízo

das virtudes, ou farsa, ou crimes contra

o nosso semelhante ou princípios

jamais alienáveis!



Não à Concupiscência!

Boca voraz de sonhos infantis,

frutos ceifados, sem maturação!

Algoz de ancião, vultos sem remédios.;

de fetos não nascidos, abortados

pela aflição de mães desamparadas.;

de mendigos inúteis sem emprego!



Almas frívolas, carnes malcheirosas,

mentes ocas e sôfregas do efêmero!

Construístes pirâmides de espelhos

com a penúria e o sangue do faminto,

em sodomia com pratas econômicas!

Mas quereis perpetuar os vossos gozos

com o venal sufrágio de cabrestos!

E para isso buscais todos os meios!...

Ventosas aferradas ao erário,

nada resiste à luz de vossas gulas!

Mas tudo sem a mínima visão

de que nossa mão frágil só comporta

uma mera sementinha ou uma concha,

para atirá-la ao vento, erguendo mundos,

ou ais auscultar de olores sulfurosos!...



Se, porém, rides, rides e só rides

com vossos vis caninos de ímpia besta,

que fazer contra tão fartos repastos?

Quando cairá o véu de vossas máscaras?...

Um dia... Um dia sem rumo, como mastros

sem vela ao mar bravio sob mil borrascas!...



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