Era uma vez um Menino... Estava escrito
Paulo Nunes Batista
Era uma vez um Menino
Que nasceu num 2 de agosto,
Em um sábado, às 10 horas,
No ano mil novecentos
E vinte e quatro, na Rua
Conhecida da República.
65 era o número,
que depois mudou-se para
584.
Paraíba era a cidade
Capital da Paraíba,
Onde o Menino nasceu.
O seu Pai era o poeta
Denominado Francisco
Das Chagas Batista que
Nascera lá no Teixeira,
Na Serra da Borborema,
Bem alto, no alto da Serra.
Sua Mãe, Dona Hugolina
Nunes Batista, era filha
Do cantador Ugolino –
Ugolino de Teixeira.
E vinha a ser ainda prima
De Francisco, o seu marido.
Hugolina foi tipógrafa-
Tipógrafa mais bonita
Natural de Caicó,
No Rio Grande do Norte.
Por ter uma linda voz,
Cantava em coros em igrejas.
Pai poeta e Mãe cantora-
Claro como a luz do dia-
Não deu outra: esse Menino
(POETA em seu nome havia...)
aos 11 anos de idade
pegou a fazer poesia.
Onze irmãos teve o Menino:
Francisco, Cecy, Dorinha,
Luiz, Maria das Neves
(de apelido Mariinha)
Pedro Werta, Leonor,
Maria das Dores vinha.
A seguir nascera Paulo-
Nono filho do casal.
Depois, vem: Sebastião,
Paulo e José afinal.
Paulo é o Menino da história-
O mais baixo, por sinal.
Desses, sete são poetas.
O nosso Paulo é o menor.
Luiz, dito Luizinho,
Foi o poeta melhor
Da família. Mariinha
Mais tarde a ter fama vinha
Em redondilha maior.
Os outros são: Pedro Werta,
O Sebastião, o João
E José. O mais falado
Foi mesmo o Sebastião,
Cujos livros publicados
Seu valor provando estão.
Maria das Neves fez
Bons folhetos de cordel-
Como Altino Alagoano
Se assinava a menestrel.
E foi a Mãe do escritor
Nosso Altimar Pimentel.
Com 5 anos e meio
O Menino perde o Pai.
Aos 13 anos e meio
Da Paraíba ele sai.
E, no Rio de Janeiro,
Buscar um novo roteiro
Para a sua vida vai.
A Mãe, ficando viúva,
Se casa segunda vez.
Quando seu Pai era vivo
A vida próspera fez.
Sua Mãe tudo perdeu:
Pobreza muito sofreu
Ao depois da viuvez.
O Menino, que sonhava
Crescer, subir, estudar,
Vendo a Mãe pobre, sem meios
De nessa luta o ajudar,
Deixa sua terra amada
E vai a sua jornada
De aventuras enfrentar.
Entra numa escola interna
Lá no Rio. A todo pano
Estuda. Larga os estudos
Chegado ao 2o.ano
Do curso profissional.
Não era aquilo o ideal
Do jovem paraibano.
Estudar e ao fim do curso
Não passar de eletricista,
Mecânico ou marceneiro
Não estava em sua pista.
O que queria, o Menino,
Era seguir o destino
De escritor, de jornalista.
Deixando a escola, se emprega,
A trabalhar já começa
aos 16 anos e meio
pode cumprir a promessa
de ajudar a Mãe, distante
De tudo lia bastante,
Forma a cultura, sem pressa.
Sente saudade da terra,
Do mar e dos coqueirais.
Escreve um dos seus sonetos
Aos catorze anos ou mais,
Recordando João Pessoa-
A plaga querida e boa
Que não esquece jamais.
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