VINGANÇA
Quiseras tu que fosse mentira
Fruto da minha ira,
Reflexo da minha alma moída,
Exposta
Em carne viva
Imposta
No susto da tua última despedida
Esse vai e vem incessante
De emoções conflitantes,
Alimenta a fogueira
Que me queimo em fogo brando
Entre as chamas do desencanto,
Na dor constante que secou meu pranto
Na cama deserta de ti
Os lençóis brigam pelo teu cheiro,
Travestidos do teu jeito,
Ainda guardam a marca dos teus beijos
Que me assustam e acendem meu desejo
Meu peito em chamas
Consumiu tua lembrança
Ardeu até minha vontade virar lança
Te fazer alvo da minha vingança
Me tornar palco da minha dança
Arena dos restos da minha esperança
Paixão,
Te cavalgo na contramão,
Tua partida não aquece minha alma
Ferida
Apenas a fortalece para a próxima
Despedida
Solidão,
Te tenho na palma da mão,
És o berço da minha vingança,
O vazio da minha esperança,
Há tristeza demais na minha agonia
E uma paz infinita na tua companhia
MORGANA
Rio de Janeiro, 03/06/03
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