Anatomias de Vênus - VI
(LHenrique Mignone)
Na simetria de suas perfeitas curvas,
Almas gêmeas feitas a compasso,
No relevo de teu corpo, doce ternura,
Que se alternam ao ritmo de teu caminhar.;
Brilhos de sombras em águas turvas,
Subintes e descentes a cada passo,
Dualidade indecente em unidade pura
Balouçantes como as ondas do mar.
Flutuantes desafiando a própria gravidade,
Sua penugem se eriça como se espuma
Ao toque suave de sopros de ventos,
E brilha iridescente em matizes infinitos.
Glúteas ondas de suprema eqüidade,
Onde me perco e me encontro, uma a uma,
Que cubro de beijos repletos de sentimentos,
Onde naufrago em delírio e sucumbo em um grito.
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