Vendo por um prisma simplificado a sexualidade é a forma com que interpretamos estímulos sensuais e/ou às vezes sexuais. Sensualidade é a maneira com que nos mostramos sexualmente receptivos ou respondemos a algum estímulo.
A verdadeira finalidade de qualquer material que trate de imagens sexuais é despertar a libido e a sensualidade. Neste momento encontramos a primeira barreira, que consiste na grande diversidade comportamental das pessoas. Algumas encaram com espanto coisas que outras achariam normais. Na verdade a melhor maneira de se atingir um público maior e com mais qualidade é sendo um comunicador comedido e responsável.
Não sou nem um pouco casto ou imaculado, muito pelo contrário, mas certos poetas e escritores tratam a relação sexual como um simples encontro de órgãos sexuais ou realizações de fantasias esdrúxulas ou ainda pensam que usando palavras de baixo calão e expressões oriundas de prostíbulos das circunvizinhanças da orla portuária, estão praticando a mais “fina flor” da expressão erótica. Ledo engano.
Leiam-se poetas, reciclem seus conceitos, vejam a beleza na simplicidade, nos vários matizes que uma relação a dois nos dá, se deliciem com poemas da mesma estirpe de “Nu” do Manoel Bandeira.
Saibam diferenciar erotismo de sacanagem.
Ler alguns poemas que se encontram na seção Eróticos da Usina de Letras se assemelha a experiência de assistir um filme Hard-Core americano onde encontramos cenas vazias, sem amor, sem sentimento, cenas desumanizadas.
O sexo não deveria existir de outra forma que não fosse uma forma de carinho, uma extensão de um sentimento tão bonito que é o amor. Usem o bom senso, critiquem-se, sejam exigentes consigo mesmos.
Para os poetas que usam de “artifícios” pouco recomendados para expressar impulsos ou experiências amorosas, usem todo seu dom poético para o “bem”.
Não sejam bombas de Hiroshima, rosas burras, prontas para transformar coisas tão belas e fantásticas em lixo literário, linhas que não somam nada nas vidas dos leitores.
Existe uma diferença entre expressões e, por favor, sejam responsáveis, não “fodam” com a poesia, façam... amor.