Anatomias de Vênus - VIII
(LHenrique Mignone)
Em seus periformes perfís encimados,
Pelos róseos botões de tuas auréolas,
Alçados ao infinito desafiantes,
Como se o flóreo cerne de teu ser...
Flutuante como se colibri etéreo,
Defronte a eles meus lábios se quedam,
Hesitantes por instantes de eternidade,
Maravilhado com a beleza de suas formas,
Extasiado por teu suave olor...
Gentilmente, com carinho, mero tato,
Linguíneo toque ao mamilo pudico
Que se retrai tímido, indefeso, fremente,
E túrgido ao contato expõe novos matizes
Exalando seu néctar de amor...
E os sugo, a um, ao outro, alternados,
Enquanto sacio a sede infinda,
Dedilhando-os em busca do segredo inscrito,
Que me mostrará teus tesouros...
Eternidade que se esvai como em segundos,
Inebriado por teu doce sabor,
Com mais um beijo constrito, apaixonado,
Eu me despeço e os deixo. E alço vôo
Em busca das outras flores de teu mundo.
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