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Contos-->Mesa Redonda de Usineiros - Há 10 mil anos depois -- 18/02/2003 - 12:41 (U.S.I.N.A.) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Dez mil anos depois o deserto cobria as planícies da Usina de Letras. Dentre os poucos sobreviventes do desastre da mutação genética causada pelo excesso do uso das cores, estava a profetisa Madalena, que dizia ter retornado dos mortos para pregar contra a destruição e desolação. Os leitores haviam passado por anos de exposição a uma mutação genética que transformara-os numa raça de cegos por inúmeras de suas gerações. Os escritores, como eram chamados os sobreviventes à mutação e agentes controlados por uma entidade maligna, resistiam publicando qualquer coisa, mesmo sabendo da inexistência de assíduos leitores.

_ Entendam-me! Ó nobres escritores! Leiamo-nos uns aos outros! _ pregava Madalena.

Acontece que a mutação genética ocorria devido à extensa exposição dos leitores aos raios multicoloridos dos textos publicados pelos escritores, que não sofreram tal mutação por não compartilharem o hábito de lerem-se mutuamente, além de estarem subjugados pela entidade maligna.. Os textos eram produzidos com extrema urgência e nem sempre continham as revisões necessárias para abolirem os erros de gramática e concordância verbal, que os escritores mal tinham tempo de publicarem seus textos e não liam nada mais. Os leitores foram-se tornando cada vez mais cegos e perdiam a possibilidade de entendimento, desenvolvendo uma certa dislexia.

_ Atenção! Ó dislexos leitores! Devem aprender a discernir o bom do mau escritor! _ pregava Madalena.

Madalena dizia ser a última da estirpe dos bons escritores da Usina de Letras, e atestava ter conhecido os grandes nomes da Usina de Letras, além de saber a causa da enfermidade da mutação genética sofrida pelos leitores. Madalena ensinava que na época de ouro da Usina de Letras, os grandes escritores perderam espaço para outros escritores, que no intuito da fama, iniciaram uma busca por quantidade ao invés de qualidade, e pregavam através das cores ao invés de conteúdo. Nesses tempos ermos, surgira uma entidade auto-denominada: USINA – Usina de Sábios Impostores da Nova Ordem – e o que muitos aceitavam como lenda, Madalena pregava ser verdade, que essa entidade surgiu na mesma época que os novos escritores, e estes nada mais eram que seus agentes do mal.

Essa entidade fora responsável por sua morte de modo inexplicável e prematuro, transformando-se num mistério insolúvel para aquela época. O certo era que a entidade reconhecera na profetisa, qualidades insuportáveis que faziam oposição a seu plano maligno. O plano era destruir os escritores da Usina de Letras, minando suas leituras. Depois de infiltrar seus agentes, a entidade USINA começou alterando o placar eletrônico, dispositivo que marcava as leituras de cada escritor, e depois passou a disponibilizar facilidades para a publicação de textos. Mas foi quando a entidade passou a distribuir cores sem restrição alguma, que os leitores começaram a sofrer da dislexia daltônica. Com o passar dos anos, a dislexia passou pelas gerações e transformou-se na mutação genética que conhecemos.

_ Da mesma maneira inexplicável, que morri! Eu renasci! Vinda das trevas do limbo, onde passei muitos anos, eu voltei para formar uma nova raça! Uma raça livre de todas as mutações genéticas, sabedora da escrita, e praticante da leitura! Eu vim para livrar a Usina de Letras do despotismo sanguinário dos analfabetos a serviço da entidade USINA! _ pregava Madalena.

A história da Usina de Letras se tornara vaga, depois dos acontecimentos narrados por Madalena, já que ela mesma fora privada do convívio Usineiro, quando confrontara-se com a entidade USINA. Madalena, porém não estava sozinha nessa luta. Reza uma lenda antiga, que enquanto Madalena era aprisionada nas trevas do limbo, existia um grupo de valentes cavaleiros, que exerciam resistência à dominação da entidade. Esses destemidos guerreiros eram chamados de Cavaleiros da Mesa Redonda.

_ Eu vim para encontrar os verdadeiros herdeiros dos Cavaleiros da Mesa Redonda! _ pregava Madalena.

Madalena pregava contra o domínio da Usina de Letras, e buscava as reencarnações dos verdadeiros Cavaleiros da Mesa Redonda, que afirmava terem sido reais, ao invés de uma simples lenda, como acreditavam os sobreviventes do caos. Ela dizia que os Cavaleiros eram destemidos, leais e justos. Dizia mais, que eram bons de espírito e agiam movidos pela força de sua ironia.

A busca de Madalena era uma santa cruzada, e seria essa cruzada que garantiria a sobrevivência das raças na Usina de Letras...




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