SAUDADE
Eu te cultivo todo o dia
Em antigas palavras apressadas,
Em suaves melodias cansadas,
Em tantas histórias e glórias,
Que faço tua, a minha memória,
Eu te navego toda à tarde
Em piruetas no ar, em banhos de mar,
Na minha lembrança a chorar,
No espaço a voar em qualquer dimensão,
Não importa, se virtual, ou não,
Eu te habito toda à noite
Como um fantasma sem rosto,
Em goles de vinho do Porto,
Em devaneios de sonhos loucos,
Ao som de nossos gritos roucos,
Estás sempre a postos
Eu te encontro na madrugada fria
De um tempo passado na magia
Dos nossos corpos siameses,
Entregues ao delírio do prazer e êxtase,
Sem saber se eram dias ou meses,
O prazer de te ter incontáveis vezes
E nessa hora minha saudade te abraça
Esmaecida entre goles de cachaça,
Te afaga sob o véu espesso que te aqueço,
Te enterneço, te beijo, te amanheço,
E nos teus braços, adormeço.
MORGANA
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