A vida passa, entre domingos
Aniversários e datas.
Arranco melancolicamente
As folhas do pequeno calendário.
Penso na velhice, na solidão.
O tempo não tem pena
E cada um segue seu rumo.
Exercito metodicamente
Músculos e cérebro.
Temo a paralisia, a inanição.
O que pára primeiro?
As mãos que escrevem,
A mente que cria?
Preciso fazer poesia!
Crio uma fórmula secreta:
Quando morrer, serei fantasma
Ficarei vagando nas bibliotecas
Misturado aos poemas.
Andando pelos parques
Sentindo as flores, as cores.
Serei espírito poeta.
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