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Poesias-->A canção do pássaro do charco -- 08/06/2003 - 11:35 (Raul Pinto) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A canção do pássaro do charco



(para T.S. Eliot)



Sigamos, então, tu e eu,

Enquanto te conto que

Neste sagrado chão, dia

Houve em que a farda veio

E tudo podia... Chegando,

E fazendo, e desfazendo,

Mas voltando aos quartéis...

Ficaram, todavia, dois:

Um, apoiado em surrada

Cartilha, vil e anacrônica.;

O outro, cria da Transição,

Vendendo denso bigode,

Co’a lei de Gerson à mão...

Ambos da terra estreita

Do mar, velho rio e sertão...



Nestas noites de insônia,

brumosas e de incertezas,

falou-se de um alvo pássaro,

uma ave pernalta, garça...



Eram as fortes mulheres

em lábios devotos

a dizer: nesse pássaro

temos razão para crer!

Repletas de vaticínios...



Mas sigamos, eu e tu,

Enquanto o que ainda nasce

Já agoniza no leito,

Suando dor e inanição!...

E o gado ossudo mal pasce,

E se lava, a granel,

Na supina autarquia,

Em ar(roubos), vil papel!...



E nos atrai uma angustiante questão...

Oh, não perguntes tu: Qual?

Sigamos em nosso compromisso:



Sigamos... Sombras... Ruas...

Vês macerados banguelas?

Cheiram mal os rumorejos?

Oh, não perguntes, assim:

Quem lhes usurpou o sorriso?...



Sigamos...Rota estrada,

Famélicas vicinais,

De lamas intransponíveis,

Carregadas de amargura,

Amortalhadas de suor!...



E sigamos, e sigamos tu e eu...



E me formulas angustiante

Questão: Acolá, o que se passam?

E com firmeza te respondo:

Nos escritórios e nas casas

do que serviu ao que agoniza,

cosem-se nervos em trapos...



E...Todavia...E Todavia...

A vil triarquia, que ainda pode,

tece o seu intento de poder,

sem, todavia, sondar o tempo...



Enquanto isso, sem encanto:

Um, apoiado em surrada

Cartilha, vil e anacrônica,

E o outro, cria da Transição,

Vendendo denso bigode,

Co’a lei de Gerson à mão,

Juntos, rebuscam o poder!...



Pois da garça, agora, as penas

são cinzas e negrume apenas...



Em suas latejantes têmporas,

Mulheres, sós, redivivas

reacendem as esperanças!

E, sob a firmeza, e altivas,

montam mochilas das crianças!...



Pois da garça, agora, as penas

são cinzas e negrume apenas...





Out/2000.







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