Essa crónica não eh minha. Eu achei ela esses dias num site (do qual, infelizmente, eu naum lembro o endereço) e naum sei se podia copiar e muito menos publicar ou naum. Espero naum ser processado por isso..rs. Mas eh uma crónica do Rentato Russo (sem questionar a veracidade do site, mas eles q disseram isso :) e, como eu sou fã dele, vou colocar aki. Vou colocar o texto como está, sem ajeitar nada, por isso, todos os erros de português aí são ou do Renato Russo, ou do site. Dessa vez naum fui eu..rs. (a apresentação do texto aí embaixo tb eh do site, bem como a nota lá no fim):
Essa crónica foi escrita por Renato Russo em 1991 e publicada em um jornal do Rio de Janeiro (qual, a gente não sabe). Renato era jornalista formado, trabalhou algum tempo na profissão, mas se deu bem mesmo foi fazendo rock and roll. Essa é raridade.
NO CALOR DA BANDEIRA DOIS
RenatoRusso
Outro dia mesmo li uma matéria numa das poucas revistas que ainda falam de rock na roll no país: "como planejar uma trilha sonora para o verão". Sol! Praia! Alegria! Uma das canções obrigatórias da lista era "Holidays in the sun", dos Sex Pistols. Achei estranho: nela Johnny Rotten grita insistentemente que NÃO QUER passar suas férias ao sol de jeito nenhum. Ele quer é pular o muro de Berlim. Que coisa antiga. Naquele calor (sim, o verão chegou), a última coisa que eu gostaria de ouvir seria algo assim.
- Quente, né? - disse o motorista de táxi.
Eu estava dentro de um fisquinha com a bateria em overdrive, sem ar-condicionado ou mesmo uma ventilação descente. O motorista passou a explicar, com a certeza dos motoristas de táxi, que se a temperatura já estava nos 38 graus nessa época do ano; em 92, na mesma data, teria passado para 40 graus; ano seguinte para 42 graus e por aí vai.
- A Terra está se aproximando do Sol - disse.
E isto, segundo ele, numa razão milimétrica mais infalível, todos os anos.
Tentei, em vão, lhe explicar sobre a camada de ozónio.
- Os invernos também estão ficando mais gelados - completou.
E veio a frase que já esperava, proferida com certeza final:
- É o fim do mundo!
A corrida ainda no meio, eu a caminho do Leblon, a conversa vai do fim do
mundo para a situação atual do país. O de sempre.
Ainda estou lendo a revista e, afastando pensamentos, digo:
- Deve ter solução sim, talvez se as pessoas ajudassem, se cada um...
O motorista me corta, dizendo que está jurado de morte porque sabe dos crimes e falcatruas de velhos conhecidos seus em Copacabana (onde passou a infància).
E me olha com mais uma certeza fulminante.
- Quem sabe demais está sendo eliminado! - brada.
O táxi chega, o motorista resmunga que há de conseguir um ar-condicionado amanhã mesmo, custe o que custar.
E eu penso que a revista acerta em algumas dicas, mas erra redondamente ao citar Billie Holiday como o que se deve ser evitado a todo custo nesse verão.
"When you re smilling"... O que eu não daria para ouvir Billie Holiday cantando "Born to love" ali naquele momento. Ou mesmo "If dreams came true", "Things are looking up".
RenatoRusso é o nosso dinossauro de plantão. Considerado excelente poeta menor, El Russo é a prova viva de que os dinossauros também amam.
(Nota: foi o próprio Renato que escreveu essa apresentação sobre ele mesmo)
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