Como comentário ao meu artigo de hoje no GLOBO, sobre o comunismo que quase venceu e o fato de que o problema está na ideologia em si, não nos líderes que sempre “traem” a revolução, um leitor, Bruno Sampaio, teceu um comentário preciso: esse tal de movimento revolucionário é o mais corno da história. Não é difícil entender o motivo:

Lenin traiu o movimento revolucionário.

Stalin traiu o movimento revolucionário.

Mao Tse-Tung traiu o movimento revolucionário.

Kim Jong-il traiu o movimento revolucionário.

Pol-Pot traiu o movimento revolucionário.

Fidel Castro traiu o movimento revolucionário.

Hugo Chávez traiu o movimento revolucionário.

Evo Morales traiu o movimento revolucionário.

Lula traiu o movimento revolucionário.

Caramba! Nunca tanta gente traiu uma só coisa. Esse tal de movimento revolucionário é mesmo muito corno. Corno manso! Mas claro que o problema nunca está nele, e sim nesses “traidores” todos.

A prioridade número um de todo brasileiro decente é derrotar o PT, impedir a transformação do Brasil na próxima Venezuela, algo que avançou um pouco mais com a troca no comando do ministério da Justiça pelos motivos mais toscos do mundo (Lula, que nem cargo tem, estava incomodado com a “liberdade” e a “independência” da Polícia Federal).

Mas assim que o PT cair, e para tanto precisamos de todos nas ruas no próximo dia 13 de março, a segunda etapa da batalha será derrotar essa narrativa patética de que o problema foi só o PT, não sua ideologia, não o esquerdismo que ele representa. Já vimos o socialista Cristovam Buarque escrevendo que a esquerda falhou ao não criar novas utopias. Já vimos o jornalista de esquerda Ricardo Noblat afirmando que o PT “traiu” suas bases e seu erro foi ter se juntado ao fisiológico PMDB. E vimos vários outros apelando para esse discurso de que Lula e o PT “traíram” a esquerda.

Balela! A esquerda é isso! O socialismo é exatamente o que vimos na Venezuela, e em seu estágio mais avançado, em Cuba. Era para onde o PT estava tentando levar o Brasil. Não há traição alguma aos ideais utópicos. Sindicalistas oportunistas não criaram um movimento decente em prol da “justiça social”, e sim abusaram da demagogia e do populismo para se dar bem. O PT é um lixo desde o começo.

Se você foi enganado, acreditou nas mentiras dos “intelectuais” socialistas, o problema foi seu, e é melhor aceitar que dói menos. A alternativa para aliviar sua consciência é fingir que foi traído, não feito de otário desde o primeiro momento. É como o sujeito que casa com uma prostituta e depois se diz traído porque ela foi infiel. Ora bolas!

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Já vejo alguns atacando o PT para defender… o PSOL! É preciso ser muito otário mesmo, ter aptidão para corno manso, como aquele “corno elétrico” da piada: “Ei, você está sendo traído todo dia, rapaz!” “Tô ligado, tô ligado”, responde o boboca, que nada faz a respeito. Claro que será corno eternamente.

O PT é simplesmente o representante atual do Mal em nossa política, o instrumento do Capeta, a bola da vez que está agindo em nome desse veneno, desse demônio. Mas o verdadeiro inimigo é o esquerdismo radical, o socialismo, o comunismo, o “igualitarismo” populista dos recalcados, a concentração de poder no estado, o ataque ao livre mercado, ao capitalismo, ao lucro.

O demônio é esperto. Ele saberá mudar de cara quando o PT desmoronar de vez. Ele sempre se adapta, muda a embalagem. Hoje já tem até fala mais mansa e adotou o verde no lugar do vermelho, como uma melancia (verde por fora, vermelho por dentro). Mas continua lá a sua essência: o movimento revolucionário que vai criar um “mundo novo”, pois “um mundo melhor é possível”.

E por trás dessas utopias está o chifre do Belzebu horrendo, o mesmo chifre que representa o maior cornudo da história: aquele que todo líder insiste em “trair”, para que a utopia nunca morra…

Rodrigo Constantino