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Artigos-->21 anos depois... fazendo as contasr -- 03/03/2016 - 15:48 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


21 anos depois... fazendo as contas





Autor desconhecido



Imagine que, em 1995, você tinha duas novíssimas notas de um real. Uma delas você converteu em um dólar, e aplicou o dinheiro em treasuries (títulos do tesouro) norte americano. Com a outra, você comprou títulos do tesouro nacional. Seu irmão, um pouco menos esclarecido do que você, também dispunha da mesma quantia, e fez o mesmo: converteu uma das notas em dólar e manteve a outra em moeda nacional, mas enterrou as duas no quintal de casa



Exatos 21 anos depois, seu irmão vai lá e desenterra. Sem grandes surpresas, o dólar dele segue valendo um dólar e o real, cerca de 25 centavos da moeda americana. E assim, ele concluiu: deveria ter convertido tudo em dólar.



Já você, após esses 21 anos, decide recuperar seu dólar investido e resgata a aplicação. Saca seus recursos corrigidos pelo tesouro americano (Effective Federal Funds Rate) e recebe do banco US$ 1,75. Em seguida você vai no Tesouro Direto, e (hipoteticamente, já que não estamos descontando impostos) saca o velho real aplicado em 1995 e atualizado pela SELIC. Para sua surpresa, aquele único real (pasme!) virou R$ 30,31. Estimando que o dólar ande pela faixa dos R$ 4, os US $ 1,75 converte-se em R$ 7,00, o que lhe faz concluir, e sem medo de errar que, mesmo com o real depreciado, diferentemente do seu irmão que enterrou o dinheiro, você deveria ter mantido tudo em moeda nacional.



O que tudo isso significa é que, infelizmente, nosso governo paga juros altíssimos se comparado ao governo americano. São 2.331% que o nosso governo bancou a mais que os americanos nesses 21 anos. E isso considerada a recente desvalorização do Real. Se ignorarmos a disparidade entre as moedas, pagamos um juro acumulado que é 39 vezes maior do que o juro que se paga por lá. Para compensar a falta de confiança na nossa moeda, o Banco Central brasileiro (opta, ou) vê-se obrigado a oferecer taxas de juros (reais) que notoriamente são as mais altas do mundo. Essa politica monetária favorece os rentistas, que lucram sem expor seus ativos à economia real. As incertezas, que desfavorecem a economia brasileira, decorrem da instabilidade da economia, da insegurança jurídica, gastos públicos descontrolados e outros fatores que contribuem para o chamado risco Brasil. Ao contrário do que se prega, esses fatores são todos endógenos... O que quer dizer que somos vítimas apenas de nós mesmos. Pois, se existe uma coisa que o capital não tem, é pátria, ideologia ou preconceito. O comportamento da moeda demonstra o quanto somos penalizados pela incompetência na gestão pública, e de como tudo isso, além de perpetuar a pobreza, exacerba a desigualdade. De modo paliativo, os bancos, seguradoras e demais instituições financeiras nacionais são obrigados a devolver 45% dos seus lucros (sendo 25% de Imposto de Renda e 20% de Contribuição sobre o Lucro Líquido) como impostos. Com os recursos provenientes desses impostos, o Estado consegue redistribuir um pouco da renda para a faixa mais baixa, buscando compensar o desajuste que ele mesmo promoveu. Mas a classe produtiva, espremida entre as duas bandas, permanecerá achatada e incapaz de alavancar o tão desejado crescimento que o país necessita. O Resultado é esse nosso conhecido modelo que promove a estagnação e o patrimonialismo. Por fim, sem nos atermos as verdadeiras causas das nossas mazelas, seremos eternos fregueses dos discursos oportunistas, e reféns das esmolas que nos dão e que é apenas uma mísera fração de tudo que nos tiram, incluso ai nosso potencial de crescimento. É por tudo isso que a responsabilidade fiscal é tão importante. Pois, quando o assunto é politica fiscal e monetária, ironicamente, os que mais pagam, são os que menos tem.



autor desconhecido - referência/fonte:  www.pontocritico.com (25/02/16)




 



 



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