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Contos-->O Filho -- 20/02/2003 - 11:44 (Bruno Guimarães Liberal) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Sonhei com o dia ainda claro, o céu de um azul lascivo com certa cumplicidade no ar ainda pesado dos carros fugidios. Era a vida que transbordava como um copo d’água derramando e desperdiçando o que para muitos seria tão vital como nossas televisões. Sem perceber como o fiz levanto da cama e me atiro sala adentro, ouço pessoas conversando... Talvez sejam fantasmas, mas nesses tempos fantasma é coisa rara de se ver, depois que um tal senhor das quantas inventou um negócio chamado psiquiatria ficou quase impossível ser santo ou fantasma. Sinto o cabo nefasto e frio do metal em minhas mãos, tento pensar como encontrei aquela faca, mas não consigo, só consigo pensar e cheirar minha imagem num caixão de nobre madeira coberto de rosas vermelhas, as rosas do amor. É apenas uma imagem dentre muitas que venho tendo ultimamente. Certo dia eu sonhei com uma senhora sendo atropelada horas depois da minha morte, era um atropelo simples, quase normal, um cachorro latia muito alto, o motorista de seus quatorze anos sequer parou o carro. Essas coisas que sempre acontecem... Quando atravesso o corredor uma barata morta, talvez com os mesmos sonhos que outrora tive é carregada por pequenas formigas verdes, será o próximo almoço. Sem perceber e ainda com fome a única formiga vermelha pára na porta do quarto... Seria mentir para o leitor afirmar que não tive medo, tanto eu quanto a formiga estávamos paralisados. Um pequeno minuto se passou enquanto trocávamos olhares lúgubres, sentindo o forte perigo que estava por perto. Ao ameaçar um passo a formiga vermelha entrou no quarto sem qualquer hesitação, foi ai que tive coragem e força para arrebentar a porta e cravar no peito o metal frio espelhado na primeira pessoa a minha frente.
As rosas eram brancas, o vermelho era das formigas que insistiam em guardar o corpo do filho morto. Como era belo o caixão daquele lindo rapaz, por sinal meu filho, meu único filho e filho morto. Desconheço a razão do assassino, tampouco o motivo que levou aquela formiga vermelha a entrar naquele minúsculo quarto.

brunoliberal@hotmail.com
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