PAIXÃO
Nesta ânsia que me debato
Me analiso e constato o fato
Que me deixou neste estado
Amargurado,
Em abandono calado
Não me queiram sensata
Com esta lua, esta saudade,
Nesta solidão de bicho do mato
Que aí já é mais que maldade é
Crueldade
No escuro do meu quarto
Tua lembrança escorre da minha alma
Numa sangria apaixonada
Em constante agonia,
Em vertical medida
Do peso desta dor em despedida
Estou em hemorragia desta paixão
A sangrar por todos os meus poros,
Num fluxo constante e lento
Que me faz te querer aqui neste momento,
Para apaziguar meu tormento
Neste inferno que me exilei
Em total solidão,
Vou purgar esta paixão,
Até vê-la diminuta e muda
Na palma da minha mão
MORGANA
Rio de Janeiro, 13/06/03
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