A Hidra Vermelha - Lançamento do livro de Carlos Azambuja
ESCRITO POR HEITOR DE PAOLA 15 ABRIL 2016
ARTIGOS - CULTURA
O livro abrange praticamente toda a gama de aspectos referentes ao Movimento Comunista Internacional e suas ramificações ao longo de 53 capítulos. Da história às organizações, da filosofia ao jornalismo – nada ficou de fora e acaba-se a leitura do livro com anseios de mais conhecimento.
Confira no vídeo as datas e locais das palestras de lançamento.
http://ahidravermelha.com/
Prefácio
Heitor De Paola
The devil can cite scripture for his purpose. An evil soul producing holy witness
Is like a villain with a smiling cheek – A goodly apple rotten at the heart: O, what a goodly outside falsehood hath!
William Shakespeare, em & 39;O Mercador de Veneza& 39;.
A tarefa de prefaciar este livro é prazerosa, pela amizade que me une ao autor há muitos anos, e ao mesmo tempo de extrema responsabilidade. Desde que li este texto pela primeira vez percebi a importância da pesquisa histórica levada a cabo pelo historiador profundo, unida à sua experiência pessoal de combate ao comunismo no meio intelectual. Sim, porque Azambuja não fala apenas de teorias que aprendeu, mas usa de sua experiência prática de vários anos no enfrentamento ideológico cotidiano em sua tarefa de historiador. Foi neste embate que o autor pode perceber como o diabo se pinta de santo e cita as escrituras para seus propósitos, para produzir testemunhos sagrados embora sendo mau por natureza, um vilão com uma face sorridente como dizia o genial bardo. Pois assim são os intelectuais marxistas: belas maçãs por fora, mas falsas pela podridão interior! E o autor os conheceu bem de perto.
Assim como eu que mordi a maçã e me deixei envenenar por alguns anos. Enquanto Azambuja combatia o comunismo, eu estava do outro lado, fazia parte deste inferno falsamente dourado dos que pensam estar entre os melhores, os únicos que sabem o que a Humanidade necessita. É sim uma doença, como dizia Ronald Reagan – e não o digo como desculpa, pois a cura me foi oferecida mil vezes e eu a recusei –, uma doença que deve ser extirpada da história. Mas que dificilmente será sem usar as mesmas armas que os comunistas usam contra a liberdade dos indivíduos. Estes últimos, no entanto, são presas fáceis da cantilena e conversa mole comunista de que eles também estão apenas exercendo sua liberdade de opção ideológica e, portanto, devemos discutir com eles de igual para igual. É muito ingênuo quem acredita nisto, pois, enquanto os intelectuais liberais e conservadores discutem idéias a fim de aprimorar o conhecimento do mundo e a busca da verdade, os revolucionários usam o embate de idéias para mascarar as reais intenções de liquidar com o outro. Usando uma linguagem marxista: a diferença não está no discurso, mas na práxis submersa pelas belas palavras. Marx jamais escondeu isto quando dizia que nada mais há a conhecer no mundo, mas é hora de mudá-lo a que custo for, mesmo que envolvam mais de cem milhões de vidas humanas. E, como diz Olavo de Carvalho, não dá para discutir com alguém que quer matar você! A utilíssima idiotice dos liberais e conservadores reside em não tomar esta afirmativa de Marx literalmente, tentando interpretá-la dentro de seus próprios paradigmas.
(...)
O livro abrange praticamente toda a gama de aspectos referentes ao Movimento Comunista Internacional e suas ramificações ao longo de 53 capítulos, o que torna impossível comentá-los com mais detalhes. Da história às organizações, da filosofia ao jornalismo – nada ficou de fora e acaba-se a leitura do livro com anseios de mais conhecimento. Sim, pois o livro é de tal abrangência que serve como um vade-mécum apontando o caminho seguro para o leitor estudioso se aprofundar. Os leitores seguramente não se arrependerão de ler e manter como livro de consulta.
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