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Artigos-->Café para a Indústria -- 11/04/2002 - 18:46 (Mara Luiza Gonçalves Freitas) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O mercado cafeeiro ao longo de sua história, cerca de quase dois séculos, tem sido um termômetro do desempenho da política e da economia brasileira, principalmente em razão da praxe intervencionista estatal. Desde a sua introdução no território brasileiro, percebe-se que a cafeicultura, responsável sem dúvida pelo processo de modernização nacional, tornou-se uma refém do Estado, que ora deixava-a submetida às regras do livre mercado e ora utilizava-a como escore político, principalmente no período áureo do café, onde o Brasil chegou a responder por até 70% do consumo mundial.



Embora o Brasil detenha hoje apenas 27% do mercado mundial, sua produção ainda é a maior do globo. Essa condição, dada a concorrência com os demais países produtores, tem exigido uma atuação mais dinâmica do Estado que pauta suas ações a partir das demandas da sociedade – membros do agronegócio, pois problemas que outrora podiam ser contornados com a queima dos estoques reguladores, tal como o excesso de produção, hoje exigem ações calcadas na qualidade e no marketing, elementos-chave do processo de transposição do conceito de commodity para o conceito de especialidade.



O despertar para o novo perfil do mercado, ganhou mais força, quando da extinção do Instituto Brasileiro do Café, cujo escopo era orientar e defender o setor, como elemento responsável pelo equilíbrio entre a oferta e a procura. O agronegócio deparou-se com a estabilização do consumo, estagnado pela não renovação do público consumidor. O risco de extinção e a substituição drástica por outros produtos, fez com que todos os elos, em especial a indústria, desenvolvessem estratégias que recuperassem o prestígio e a cultura do café.



No que tange ao mercado interno, segundo maior do mundo, a indústria tem importante papel, tanto pela redução do consumo entre a década de 60 e 80, quanto pela sua recuperação nos anos 90. A chave de toda essa mudança está na qualidade que passou a ser imprescindível para a sobrevivência das empresas num mercado globalizado, formado por consumidores mais informados, decididos e exigentes.



O processo de transição para o setor industrial tem sido árduo, principalmente em razão dos hábitos arraigados em nossa cultura, da concorrência autofágica, das exigências impostas pelo Estado e outros setores privados e pelos baixos investimentos em pesquisa que permitam o desenvolvimento de novos produtos e formas de utilização.



Embora a torra dos grãos tenha sido desenvolvida pelos árabes, foi somente no século XIX que o processamento tomou proporção com o surgimento das primeiras torrefadoras nos Estados Unidos, que desde aquela época é o maior consumidor mundial. Esse segmento do agronegócio surgiu como uma alternativa à queda do consumo, pois até então o processo de torra era caseiro, o que proporcionava diversos padrões de bebida, ainda que o grão fosse o mesmo. A padronização da torra em escala foi a primeira forma de fidelizar o consumo e garantir qualidade.



Ao longo dos anos a indústria de café evoluiu, não apenas com o desenvolvimento e introdução de equipamentos, mas também com o aparecimento de metodologias, como o sistema de classificação dos grãos por tipo e qualidade e a introdução das ligas de grãos, que permitiram à indústria lançar mão de um número maior de matérias-primas. Outrossim, a evolução da legislação e dos meios de fiscalização fizeram com que as mutações fossem sentidas mais rapidamente na gôndola.



Mais do que a eliminação de fraudes, a extinção das empresa clandestinas que desmoralizam o setor com a oferta de produtos impróprios, a melhoria dos blends (ligas), com a utilização de matérias-primas de melhor qualidade, centra-se nas mãos da indústria nacional a responsabilidade da ampliação do consumo interno e recuperação do prestígio do café junto aos novos consumidores.











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