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Contos-->Mais uma noite catando putas - Parte I -- 21/02/2003 - 23:08 (Manfredo Niterói) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
20 de fevereiro de 2003 - Niterói.


I.

Estava na Barão de Amazonas e dessa vez estava ciente que o Amarildo estava no carro bem atrás de mim – o vi esperando que desse a partida para então sair - ,quando virei a fim que contornar a quadra antes da Igreja do Rink e sair depois que passasse. O fiz devagar para dar tempo aos demais, que porventura viessem por aquela via, não me vissem.

Na esquina de Marechal Deodoro havia uma menina nova, bonita até. Só que ao se aproximar notei algo estranho. Era travesti. Despedi-me e fui embora, ciente do que o boquete era quinze reais. Tinha uma bunda bonita até, o sujeito.

Na esquina de Barão de Amazonas, descendo a Marechal havia uma negra muito arrumadinha. Vivia ainda na esperança de, durante minhas voltinhas, encontrar Samantha ou Mariza. A carta que escrevi para ela, contando de minha felicidade ao participar de seu aniversário, além das lembrancinhas que permaneciam na porta do carro junto com maços de cigarro e outras bugingangas.

Mas a negra não era ela. Disse-me que o boquete era quinze reais e não se importava que fosse em minha casa, mas teria de trazê-la de volta.

Chamava-se Millena. Eu estava agitado. As cervejas da confraria sempre me deixavam assim. Ela não sorria e quando passei pela praça do Rink Alice gritou meu nome e gesticulei com o braço esquerdo em círculos, o que significava “depois”. Parei ainda no (...), onde pedi uma cerveja e as donas brincaram bastante comigo. Quando voltei, ela disse com espanto: “Você é conhecido por aqui hein...!!!”. Isso sempre dava certo, pensei. Ela teceu comentários dizendo que Alice era a Xerife da área, essas coisas. Limitei-me a dizer que ela era minha amiga pessoal.

Quando estava próximo de casa fiz a tradicional parada no posto e lá estavam Faguito, Tony e outro camarada que conhecia de vista. Vieram saudar-me e quando Magrinho chegou veio cantanto a minha música, bradando alto meu nome. Comprei uma cervejas enquanto conversava rapidamente com eles, sabendo que ela olhava para mim. Para ela trouxe duas latas de fanta laranja.

Quando estava saindo, já dentro do carro fazendo a manobra de saída, aproveitei que Cláudio Britta estava passando e tive uma conversa de pé de ouvido com ele.

- Cláudio, me diz uma coisa. Quem protagonizou aquele escândalo embaixo da minha casa ontem? – referia-me a uma gritaria que durou bem uns 20 minutos, com uma mulhe rgitando “Covarde” entre outras coisas. Sabia quem havia feito; achava que era Millena, uma escurinha que estava namorando Cafuné, e cheguei mesmo a gravar um pedaço da arruaça.

Cláudio confirmou minha presunção e disse-lhe que queria conversar com Adriano e que ele mantivesse a neguinha calma, que não havia gostado nada daquilo.

Acelerei e fomos para minha casa.

II.

No elevador perguntou se eu trazia sempre garotas de programa para minha casa. Quando entramos ela ainda parecia emburrada. Perguntei-lhe se dava tempo para que eu tomasse banho, e disse – sempre fazendo bico – que não havia problema. Ela não quis tomar banho.

Antes fui dar uma verificada no cofre e notei que as coisas haviam mudado – e muito! - por aquelas bandas. Achei o que queria dentro de minha gaveta e quando me preparava para entrar debaixo do chuveiro quando recebi uma ligação de Rachel. Perguntava-me se não queria mais vê-la e explicava que era uma pessoa ocupada, que ambos não tínhamos muito tempo e coisa e tal.

Quando tomava banho pensava na minha vida. Lembrei-me que não havia combinado com ela sobre se o boquete seria ou não vestida. Chamei-a e ela apareceu na porta do banheiro. Disse que seria vestida, que tinha vergonha de seu corpo e coisa e tal. Acabei mudando de assunto, achando que tinha feito uma grande merda mas ao mesmo tempo ciente que minha capacidade de persuasão poderia reverter aquele quadro. Acabou por soltar que conhecia Samantha e Mariza, que era prima delas.

Comparei-a às duas e contei-lhe sobre a carta, que pediu para que deixasse com ela. Disse que Samantha não estava conseguindo ir trabalhar por causa dos filhos. As comparações deirama-na meio grilada, a partir desse momento perguntava incessantemente porque a achava chata e falei que, entre os motivos principais, era o “bico” que fazia para tudo que lhe oferecia : refrigerante, comida, escolha do som, tomar banho, etc. Foi quando ela disse:

- Então foi você que Samantha disse que chupou a buceta gostoso...

Perguntei novamente e ela repetiu. Disse-lhe então que estava pensando em chupar-lhe a buceta, mas que nem queria mais. Foi quando fiz a seguinte proposta: ela ao invés de fazer-me o boquete – de roupa!!!! Salientava para deixar claro minha insatisfação com a situação - ela poderia levar-me até Samantha. Aceitou.

Perguntou se poderíamos passar no Centro para avisar o seu amigo que sempre ia embora em sua companhia e disse que sim. Perguntou se poderia ir conosco e disse que não. Argumentou que era legal e coisa e tal e me manti irredutível, mas ao mesmo tempo dizia-lhe que era uma sacanagem ela deixar o cara que a esperava ir de ônibus enquanto ela ia de carro. Quando encostei o carro na esquina de Barão de Amazonas com Marechal Deodoro olhei para o sujeito, que após notar que ela estava dentro do carro manteve-se de cabeça abaixada. Achei-o uma pessoa humilde, não dava uma de durão. Enquanto isso, vendo que me mantinha irredutível, ofereceu-me o dinheiro de volta, para que descesse e fosse com ele. Olhei-a nos olhos que vi que estava sendo sincera. Perguntei o nome do cara. “Porquê?”. Me diz o nome, disse novamente de forma mais ríspida, mas num tom baixo. “Porquê”, novamente perguntou. “Porque sim. Não vai dizer não? Então vou chamá-lo de Zé!” Antes que ela pudesse concluir qualquer coisa que dizia como a impropriedade de chamá-lo pelo nome gritei “Zé” em sua direção e chameio para junto do carro. Ela continuava tagarelando dentro do carro. Quando estava nmo meio da rua ainda, comecei a abrir a porta. Era um bom sujeito, aparentemente. Seu nome? Guilherme.

Fui pegando o caminho que conhecia e pediu-me para ir pela João Brazil. Dei uma cerveja que tinha para o sujeito no banco de trás e fiquei perguntando para ele como ele agüentava ela. Se era mesmo amigo dela; se ela era sempre chata daquela maneira... essas coisas. Os dois ficravam a vontade. Seguimos em direção ao (***), uma conhecida favela.

- Tem boca por perto? Não é por nada não, mas com essa minha cara é sempre um problema... e até explicar, sabe como é...

Não havia e entramos ao lado de um CIEP, onde ela desceu. Já havia me avisado que ela morava com a sogra e resmungou – como de costume – dizendo que aquilo não era hora de bater na casa dos outros. Estacionei atrás de uns carros e ela dirigiu-se não sei bem pra onde. Guilherme permanecia comigo no carro. Achei-o que era meio viadinho, pelo jeito que falava.

Depois de uns três minutos voltou e disse que a sogra informou que ela saiu e estava puta por causa disso. Disse ainda que saiu rápido com medo que a sogra de Samantha – maluca e cachaceira – fizesse com que ela ficasse com as criançcas para que ela pudesse ir até o bar.

Que merda. Sem boquete, sem Samantha. Talvez a encontrasse no Centro, vez que falçou que saíra não fazia nem uma hora.

Deixei-a mais a frente, numa esquina, recusando a entrar mais para dentro da rua onde morava. Sou doiso, mas maluco não me considero.

Voltei pela rua principal até desembocar na João Brazil. Na esquina com Alameda São Boaventura havia uma blitz, das grandes. Acendi a luz interna e baixei o farol. Passei direto e segui meu caminho.

(CONTINUA)

em breve a continuação do ocorrido no dia 20 de fevereiro de 2003 com Manfredo Niterói. Os nomes estão trocados a fim de resguardar a privacidade das pessoas citadas.
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