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cronicas-->Doce Estátua -- 17/11/2002 - 15:23 (Rosiris Guerra Inglese) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Doce Estátua


Doce estátua, covarde e fria, por que me olhas assim em tenebrosa luz do dia? Não importa para qual lado caminho, seu olhar me persegue. O que queres de mim? Penetrar minha mente? Não seja idiota, como podes querer extrapolar para algo que nem ao menos sabes o que é. Que noção tens a respeito do funcionamento da mente humana? Justamente tu, gélida estátua, escrava da imaginação do artista que com hábeis mãos em concreto te moldou, buscando assim materializar um absurdo e impenetrável mundo de inconfessáveis e paradoxais monólogos trocados.
Num emaranhado de neurónios , múltiplos caminhos há a percorrer e em cada bifurcação - no limite entre normalidade e loucura - múltiplas decisões são tomadas. Num segundo sou normal, n`outro um gênio e no instante seguinte o mais louco dos mortais. Sorte a tua estátua do inferno, em ti não há química, nem reações, nem combustões, apenas essa olhar a me fuzilar - confortável situação. Enquanto eu, pobre mortal, objeto de experiências do Divino, exposto a choques e traumas, reflexos condicionados ou não, hormónios que chegam e que vão, perdas e danos, mera cobaia no laboratório da vida.

O que é isso? Te ofendi? Miragem ou não, vejo lágrimas em teus olhos. Espere. Algo acontece. Meu sangue esfria, minha face pálida se torna, de repente não sou mais eu, roubaste minha`alma. Já não caminho pelas ruas, sou apenas estátua nua a olhar o mundo com lànguido olhar. Veja, olhe-me, analise-me, faças de mim o que quiseres, não há mais reação.

E naquele dia, a grande exposição acontecia. A imprensa se fazia presente, artistas de todos os lugares, famosos e anónimos , vivos ou mortos, tinham suas obras apresentadas. Mas, algo, além do explicável, atraia a atenção de críticos de todo o mundo, uma estátua que parecia ter vida, de olhar enigmático que aparentava desvendar pensamentos e deles ironizar através de lacónico sorriso, zombando silenciosamente daqueles que para ela eram de fato os principais objetos a serem observados.
Em vão buscaram saber quem era o autor de tão enigmática obra.
Rosiris
17.11.02

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