OBSESSÃO
Que amor é esse
Que só subtraí, me tira a paz,
E ainda me trai
Mas que me atrai com toda a
Emoção que sou capaz
Alegria fugaz a encher minha alma
De uma leve esperança,
Mais que leve, breve,
Brevíssima
Levíssima
Que logo se desfaz na memória
Da dor que tua ausência me traz
Que amor é esse
Que entre afagos e beijos,
Acende o meu desejo, me faz esquecer
Meu sofrer no delírio do prazer,
Que me acende, me aquece, me enlouquece,
Num instante, amante com gosto de mel,
O azul do meu céu, meu menestrel,
No outro, inferno de Dante,
Pesadelo ambulante, meu cálice de fel,
Que amor é esse
Que me engana e me encanta
Que se alimenta de miudezas,
Pequenas gentilezas,
Amor na contramão, tábua de salvação
Dessa paixão feita de medo e solidão
Que amor é esse
Que um dia me adora, outro me ignora,
Sem paradeiro nem hora,
E quando vem não se demora
Mas nada disso importa
Quando ele abre a porta e me beija com
Paixão
Esqueço a dor, a raiva e a solidão.
Isso não é amor nem paixão, é
Obsessão
MORGANA
Rio de Janeiro, 15/06/03
RESPEITE OS DIREITOS AUTORAIS
|
