SILÊNCIO
O silêncio chegou de salto alto
E sem cerimônia
Sentou na minha poltrona,
Veio em visita de cortesia
Sabia que eu carecia de sua
Companhia
Silêncio de tantas nuances
De emoções divididas,
De incontestável tirania,
É arte que ninguém imita
É arma de mortal pontaria
Plantado no esquecimento
Ou na covardia,
É sentimento que palpita
Na dor que fere corações
Ou no alívio do calar dos canhões
É dor infinita enquanto decisão,
Quando feito em ausências
Na solidão cheia de carências,
Não há nada que se compare a dor
Do silêncio do amor
É tortura sem igual, é aflição sem par,
É dor que exaspera, que desespera,
A do silêncio da espera
Não há sofrimento maior nesta terra
Mas há também alegria e paz
No silêncio das horas mortas,
Do mar em calmaria, na harmonia,
Das bocas coladas, de mãos unidas,
Da compreensão e do perdão
Silêncio antigo, amigo ou carrasco,
Silêncio sem fim
Só me resta esperar em oração,
Que tenhas compaixão de mim
MORGANA
Rio de Janeiro, 16/06/03
RESPEITE OS DIREITOS AUTORAIS
|