AMOR
Amor é coisa que não se pesa nem se mede
É como vã semente que na terra finca,
germina, nasce e, milagrosamente, cresce
Se água não lhe põem, nem o sol lhe bate,
como qualquer coisa desta vida, fenece
Pequeno olho verde que cortado, fere,
mas brota novo olho com rebento forte
Amor é coração despedaçado, insano
É alma maltratada em um corpo humano
São horas endeusadas, é um passado morto
Se temos no presente, sem querer não vemos
Jogado pro futuro, é um destino torto
Amor é vida e morte que nós todos temos
© Fernando Tanajura Menezes
(n. 1943 - )
(in Coisas do coração - João Scortecci Editora
São Paulo/SP - 1993)
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