intermitente
enquanto o vento
assanha idéias obscenas
à areia,
que se eriça, movediça,
o cinzel do mar entalha
a paisagem costeira,
remodelando a velha fachada
ao longo da praia.
é o eterno movimento
da esfera do tempo,
operando dunas e falésias
sem anestesia.
só minha poesia é espera:
alheia ao soprar do vento
e à cheia da maré.
valéria tarelho
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