Amante
(para Ana Cleire)
Teu corpo é o endereço,
meio, é fim, é recomeço...
Nossos corpos, o meu ao teu
carnalmente em paixão:
insonte exasperação
da una racionalidade
do irracional e final
da fátua fatalidade
da sensação de sentir!...
Em teu corpo me mereço,
pois sou teu exclusivamente...
Se me cinges, me estremeço,
suaves carnes tuas e minhas!
Catarse, amor, heresias:
culpa original!...Não é
só carnal o envolvimento:
os rebentos, Ana e João,
são as provas da paixão
e do amor de nossas almas!...
|