O caso que vou contar,
eu vi no "Linha Direta",
de um gaúcho entregador
que usava uma bicicleta
e conseguiu namorada,
uma chinoca prendada,
mas, cuja mãe lhe decreta:
"Acabe, filha, o namoro
e volte ao seu noivo antigo,
pois, acho que esse elemento
é, para nós, um perigo
e vai nos causar desgosto
porque já vi no seu rosto
ares de acanalhamento".
Mas, a moça apaixonada,
à mãe não quis dar ouvidos...
O romance continua,
apesar dos seus pedidos,
e, o rapaz revoltado
por ser da casa enxotado,
só vê a moça na rua...
Assim, um plano hediondo
surge na sua cabeça:
"Se não quer ser minha sogra,
então que desapareça
e saia do meu caminho
porque da filha o carinho
eu acho que bem mereça".
Não foi buscar a garota
como ele sempre fazia;
fez foi comprar um presente
e levou para a mãe dela,
(não seria uma esparrela?)
que ficou indiferente
com a estranha cortezia,
deixando-a em cima da mesa
sem pensar que já era presa
de um assassino demente...
Ele matou-a a pancadas
de martelo, na cozinha,
enquanto lavava pratos
e estava, em casa, sozinha;
e, em caixa de papelão
pôs o corpo após a morte
e levou-o em seu transporte,
sem demonstrar emoção...
Atravessou a cidade
com a defunta na frente,
até chegar a um regato,
passando por muita gente
que não podia ter tino
que ali ia um assassino,
não entregador decente.
Ele, agora, é fugitivo
da Justiça. E é procurado,
precisando ser detido
por ser um monstro, um malvado
que, de forma traiçoeira,
matou criatura ordeira,
tendo o crânio espatifado!
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