À minha mãe, que dispensa o porquê
restritivo de uma dedicatória explicativa.
Fita-me o teu olhar, maduro
Enxergo-me em ti, futuro
Te escondes em mim, feito bruma
E misturamo-nos, tal como escuma
Reflexo da tua inquietude
apaziguada pelo tempo amiúde
Transbordo em vital alegria
Que, sutil, transpõe em sabedoria
A questionável beleza de outrora
não brilha como a incansável aurora
Em teu rosto as marcas do passado.
A história, teu inestimável legado!
Fecundaste em mim a esperança.
Não sou mais que tu, criança
No colo da minha complexa existência
Não és nada menos que essência!
Floriza Gomide
São Luís, 14/05/2003.
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