Papel em Branco.
Um ou dois versos se constroem,
depois se apagam...
Papel em Branco.
Rabisco.
Borracha.
Papel em Branco.
Uma metáfora chocante, dolorosa
ironiza a suavidade.
Borra o papel que fora branco
com a intensidade
de dois dedos de prosa.
Alguns versos conquistam espaço.
Metonímias que li num Neruda,
antíteses, elipses,
Oxidam o peito, que é aço.
Aliteração ameniza a alma
qunado o verso, voraz
se apaga...
Papel borrado,
quiçá branco,
dizem não ser um poema.
Minha folha em branco
nada mais é
que um belo
poema branco... |