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cronicas-->Um nome para ela -- 20/11/2002 - 16:25 (Hamilton de Lima e Souza) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Poderia ter usado o nome verdadeiro. Era só um texto jogado num papel de gaveta, daqueles que se enche de pó ao longo dos dias.
Mas não poderia ser o nome verdadeiro. Numa revista feminina havia um monte deles.
Kátia, Silmara, Lílian, Luciane, Juliana, Elisàngela, Edna, Valquíria, Elaine, Roberta. Nomes de entrevistadas que se amontoavam entre fotos de artistas e lingeries.
Mas o nome dela não consegui escrever.
O texto quase pronto e entrou areia na ponta da caneta. A única disponível no recinto, sem outro meio de impressão.
Por causa disso a mulher ficou nua no texto, dizendo bobagens ao amante, no meio de alguns delírios sexuais.
Pedia umas coisas, gritava no meio da champanhe, urrava no desenrolar do texto. Mas não tinha nome.
Nem o dela nem o de outra. Urrava e merecia um nome. Mas faltava tinta, presa na caneta, com a ponta de tungstênio emperrada.
A mulher ficou deitada no papel, exausta de amor, entrelaçada com o amante, esperando o nome.
Sem nome se desdobrou na arte de amar, porque não tinha nome.
Se tivesse amaria tanto? Urrava e amava esperando que surgisse o nome.
A areia da caneta encheu seu corpo, invadiu suas pernas.
Quando a tinta foi liberada borrou o papel, deixando a mulher sem nome.
Sem nome amou o homem e foi embora, muito mais tarde, sorrindo por não precisar mais de um nome.
Virou um texto marcado de tinta, na gaveta do poeta.
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