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Cartas-->Uma Carta Doce com “Sal” -- 11/12/2002 - 12:07 (Ingrid Valiengo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Sono? Não tenho sono, querida. Agora mesmo acabei de ir ao medico, coloquei uma agulha na orelha (acupuntura) para ver se durmo. Queria ter o sono daquelas pessoas que dormem em qualquer lugar, sabe como é? Acho que minha vida seria melhor. E entendo muito bem de madrugadas, onde o silêncio afoga o choro. Deveria haver um decreto onde se diz: ninguém deveria chorar pela madrugada afora, somente o riso poderia ser aceito. Porque é muito difícil não chorar nas madrugadas. Elas são arapucas para o pensamento. No mais alegre “pensar” ainda contém imagens que não gostaríamos de repetir e nelas estão todos os jeitos do amor.
Sofro de amor constante pela madrugada. Qualquer tipo dele: o amigo que briguei, a família que está longe e aquele amor, aquele..... para o qual sempre escrevemos. Poderia passar toda madrugada escrevendo a você sobre minha incapacidade de ser amada, mas estou convencida de que amo o errado. Amo aquele que fantasio, que justifica minhas horas. Não devo nada ao amor, por isso, deveria dar um pé em sua bunda e acabar com tantos choros pela madrugada..... mas, e a incansável vontade de amar novamente? Depois de algum tempo, percebi que deveria ser livre e, por conseguinte, deixar livre também a pessoa amada. Não me ama? Que ame outra, se for possível, pois todos temos de ser amados. E é simplesmente na madrugada que recrio meus amores, meus dias. O homem, por natureza (com devidas exceções) desvia o pensamento para o trabalho, para o elogio de outro homem que nem desconfia dos sofrimentos. A mulher não. Ela se cuida. Mostra seu cabelo novo, seu modo de andar que acabou de inventar. Isso porque ela quer renovar e sofre como naqueles filmes mexicanos porque é do sofrimento que sai a nova busca.
Tenho amado errado mesmo e por isso, larguei muitas palavras pelo chão. Mesmo o Usina, em que poderia saber de outras palavras direcionadas a mim, foi trancado por um tempo. A única dificuldade é que as pessoas, principalmente as “virtuais” não entendem que há momentos em que nada faz com que as linhas sejam corretas. Nada presta, porque, lá no fundo, não gostamos de um pedacinho de nós e mesmo sendo pequenino, esse pedaço, muda o curso das coisas.
Sei o que é deitar na cama e não querer sair. Ficar estática, esperando por um vendaval que alucine a vida, que traga novos gestos e, sinceramente, encontrar outras linhas, palavras, como as suas, faz um bem danado, pois elas reinventam o motivo da escrita. Por essa razão, peço a você que nunca pare. Mesmo sem vontade de escrever, bata forte no teclado, xinga tudo, dê um alivio para seu coração e quando isso acontecer, verá que pode, e muito bem, escrever às pessoas e a você, o que é mais importante a meu ver. Fale alto: estou cada dia melhor. Seu cérebro receberá a mensagem imediatamente e o caminho será encontrado.
Curiosamente, aprendi tudo isso com meu amor (que não é mais). Ele, aquele homem que escreve melhor que muitos e que deseja o mais profundo alivio nas palavras, deixou-me um presente impagável: a certeza de que escreverei sempre, mesmo que não for para ele. E a ironia da vida está aí: ele veio para me ensinar tudo isso e chegou sua hora de partir. O que pude ensina-lo? Jamais saberei. A única certeza é que não serei esquecida, apesar de tudo. Então, querida, sinta amor em você ao escrever. Assim, pode ter certeza, você nunca será esquecida.

“O amor tem que ser entregue SEMPRE, mesmo que não seja aceito. Porque o amor só se torna concreto se chega às mãos do ser amado. E, se não entregamos o amor que sentimos, esse amor fica maculado e se deforma, pois foi sonegado, o que, em matéria de amor, é crime sem perdão.”
OLYMPIA SALETE RODRIGUES
------- Estarei aqui sempre que quiser dividir suas madrugadas,
um beijo (de Djavan – risos)
Ingrid
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