tua voz, de súbito, cala
e a cidade é um rio sem barcos
no silêncio oco e pleno
de todos os náufragos.
o poema navega em tua mão:
descubro redes e remos no cais.
no ancoradouro das horas,
o ritmo de marés e sinais.
debruço-me na margem do dia,
os peixes nadam esquivos.
o branco de velas e vagas
nas águas quietas dos livros.
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