Semprei amei como na infância,
Quando quis os limites transpor,
Disseram que estava com muita ânsia.
Enguli meu despudor e soprei o ardor
Para não ficar em dissonância.
Com a vida fui combinando,
Aplaquei o desejo de arder em flamas.
Meu fogo foi morrendo,
Acabei como as florestas em chamas.
Agora, apareces e quer minha ardência,
Que deixe meus recatos,
Fazendo a fênix ressurgir sem clemência,
Num momento, sem esperar os preliminares atos.
Assustei-me por tamanho ardor,
Que há muito não sentia.
Alvoracei-me e perdi-me em dor,
E vi como a vida a mim mentia.
Meus lábios se fecharam,
Meu corpo estremeceu.
A ânsia e o medo atrapalharam,
E o tempo escureceu.
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