Que amor era aquele que eu sentia
E deixava de lado as prioridades
De minha vida para viver na saudade
E, cega, amava tanto e me perdia.
Que amor era aquele tão inconseqüente
Que, sabendo-se na beira do penhasco,
De mãos atadas, surdo, olhos vendados,
Respirava fundo, destemido, seguia em frente.
Ah! Que grande amor louco e sem visão
Que me fazia correr por entre os vales
Da solidão sem o menor cuidado ou atenção.
O amor nascido do ventre da paixão
Era algo contente por entre todos os males
Amor desmedido, sem qualquer direção.
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