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Artigos-->Militar: Uma vida de sacrifícios -- 31/08/2016 - 11:44 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Correio Braziliense





30/08/2016



Uma vida de sacrifícios



Roberto Duailibi



Muita gente não imagina como é o dia a dia de um militar das Forças Armadas.

Poucos, nem sequer sabem que ao ingressar na carreira passam a sujeitar-se

às normas rígidas de disciplina, por regimes de horário que exigem dedicação

total. Ou seja, o militar sabe que hora inicia o serviço, mas não sabe quando

termina. Além disso, não cabe aos militares escolherem as praças onde

servirão. São destacados para a Região Amazônica, para o sul do país, para a

Região Pantaneira. São enviados a missões de paz, a atividades de

manutenção da ordem pública, como ocorreu recentemente em Natal, no Rio

Grande do Norte, e nas Olimpíadas, no Rio de Janeiro, onde as Forças

Armadas atuaram de forma brilhante.

A atividade militar não pergunta a seus membros se querem ou não a

transferência. É comum encontrar alguém que já tenha passado por mais de 20

mudanças. Essas, representam abdicar de amigos, de vínculos familiares, de

instituições de ensino, de serviços aos quais se habituaram, shoppings etc...

Significa montar e desmontar casas todo o tempo, significa refazer relações e

viver sempre como se não houvesse uma história construída. Como se sempre

fosse preciso recomeçar do zero. É uma vida de rupturas e de sacrifícios

pessoais. Se para um profissional das armas esses movimentos são difíceis,

imaginem para seus filhos e esposas? Como explicar à família a convivência

longe de avós, primos, namorados?

Recentemente, o dr. Sérgio da Silva Mendes, do Tribunal de Contas da União

(TCU), fez um longo trabalho, de fôlego e dedicação, para tratar do regime

constitucional dos militares, para situá-los historicamente, para falar de suas

relações com o Estado, da forma como vão para a reserva, dos seus direitos e

deveres. E saibam que há muito mais deveres. Vejam essas ações de

segurança pública, todas de alto risco, num país com tanta violência como é o

Brasil. Na defesa do território nacional, os militares sabem que colocam em

risco as suas vidas e, muitas vezes, saem para a missão, não sabendo se

haverá o retorno ao convívio familiar.

De todo modo, levando em conta que o risco é inerente à profissão, também é

verdade que não pode, por todas essas características e responsabilidades,

ser entendido no contexto econômico como um servidor público ou um

trabalhador convencional. Justamente por conta dessas peculiaridades, um

militar das Forças Armadas não pode, sob nenhuma hipótese, receber essa

comparação. Historicamente, os militares devotaram seus melhores anos à

defesa do Estado, da soberania, dos símbolos pátrios, dos limites territoriais.

Nesse sentido, sempre exerceram suas funções com abnegação e

despojamento, na medida em que em muitas regiões não há outros órgãos

governamentais a ocupar espaços tão remotos e inóspitos como fazem as

nossas Forças Armadas.

Há destacamentos na fronteira em muito menor número do que seria desejável,

mas os que atuam o fazem no pleno de suas responsabilidades, operam com

esmero, realizam um papel social que muitas vezes o próprio governo relega a

eles de forma pouco regulamentar. Muitas vezes fazem coisas sem que haja

nenhum suporte legal a respeito, pelo simples prazer de servir, de dar a mão

ao cidadão. Para eles, é dever, por sua ética e honra militares. Nesses postos

avançados aprenderam a viver isolados, a conviver com tribos indígenas e com

povos que habitam nossas fronteiras. Vivem com toda dificuldade, passam

privações. Estão longe do acesso às coisas, ao entretenimento. Coíbem o

tráfico, mantêm a ordem. Nesses postos há várias situações nas quais nem

prefeitos, nem políticos se atrevem a atuar. Mas lá está o Exército, com seus

militares e suas famílias.

Esses exemplos posso descrever porque vi de perto. E não pensem que ao

visitar esses destacamentos se ouve reclamações ou mazelas. Ao contrário, a

carreira militar dá a todos a nobreza da farda, a honra de servir, que só a

caserna e aqueles verdadeiramente vocacionados podem compreender. Fico

muito triste ao ouvir críticas aos militares. Posso falar isso de peito aberto,

porque, como profissional nos anos 1970, fui vítima de censura no meu

trabalho e perseguido. Mas também tive a oportunidade de ver o fim dessa

censura que tanto prejuízo causou à imagem do Exército. Deixemos o passado

e seus erros de parte a parte no passado. Esse sempre foi o espírito

pacificador da lei. Prefiro pensar nas novas gerações que compõem a nossa

tropa, gente consciente, moderna, humana, que não se nega a atender as

necessidades das comunidades que os cercam.

Por seu preparo e obstinação, os nossos militares são respeitados, têm

reputação internacional. Atuam sem fins de semana, sem recebimentos de

horas extras, sem planos de saúde. Ser militar chega a ser um misto de

sacrifício e aventura. Logo, não lhes cabe um regime previdenciário aos moldes

ou nem sequer semelhante às demais categorias de trabalhadores. As

tentativas de incluir os militares como meio de elevar as receitas de um sistema

em mutação, portanto, são totalmente descabidas. Os militares são

constitucionalmente responsabilidade do Estado, são uma espécie de

patrimônio permanente do Brasil. Quantas pessoas, jovens, se disporiam a

ingressar numa carreira cheia de limitações, privações e sacrifícios? É assim

que vejo a necessidade de manter o status quo dos militares, só assim

seguiremos atraindo pessoas talentosas e vocacionadas à carreira e

assegurando aos demais um regime que, ainda que não seja o mais justo, é o

que mantém a ordem e a paz em nosso país.



 



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