Esta estória eu a ouvi quando era menino. Minha Mãe costumava contar estórias edificativas, ela conhecia muitas, certamente as ouvira da sua quando criança.
Certo individuo trabalhava como ajudante de um certo agiota, e fazia para ele todo tipo de serviços. Como sabia ler um pouco, coisa rara na época, fora mandado por seu patrão, que se Chamava Isaac, fazer o inventário dos moveis, e de todas as demais parafernálias existentes num velho casarão que recebera como pagamento de uma dívida.
O homem após muito trabalho, chegou ao sótão abarrotado de coisas refugadas por anos a fio. Tinha um aspecto tenebroso.
Enquanto seus ajudantes remexiam em tudo, moveis muito antigos, velhos brinquedos e utensílios e pilhas e pilhas de livro, ele futuca daqui, mexe dali, descobriu por acaso num escaninho secreto num vão de parede, algo embrulhado por um velho pano, coberto pela poeira de anos sem conta. Abriu cautelosamente e viu que se tratava de um livro, e sentiu que se tratava de algo valioso.
Escondeu-o novamente, e após a ida dos funcionários, ao fim da tarde, voltou lá, pegou o embrulho e o levou a sua própria casa sem falar dele a ninguém.
Em casa, após trancar-se em seu quarto, abriu o embrulho, e pode examinar a luz das velas do candelabro, aquele livro. Era um livro grande e belo.
Encadernado em finíssimo couro vermelho, tinha as letras gravadas em ouro, seu titulo era;
O Tesouro de Zedra.
No preàmbulo afirmava que o homem que conseguisse lê-lo até ao fim, entraria de posse de um tesouro inestimável, e que a fortuna jamais o abandonaria enquanto vivesse.
Ansiosamente leu as primeiras páginas, de repente não conseguiu mais interpretar a escrita,
Dali por diante era escrito em outra língua.
Proibido por sua própria ambição de buscar ajuda de quem quer que fosse, pesquisou ferozmente nos próximos dias e descobrindo qual era a língua, passou a adquirir tudo que pode sobre a mesma, e estuda-la ferozmente. E o tempo passou.
Seu esforço Autodidata foi recompensado, em dezoito meses já lia razoavelmente aquela língua e conseguira ler o livro..... até certo ponto, pois a escrita mudara novamente depois de umas vinte ou trinta páginas. Foi obrigado a repetir todo processo.
E assim, após uma setena de anos já havia conseguido ler alguns capítulos do livro, e por ter que fazer sempre leituras complementares em busca de referenciais contidas no próprio livro, foi obrigado a aperfeiçoar as línguas já aprendidas e buscar pessoas que as falasse, pois em alguns mantras e orações que o livro ensinava, que deviam ser recitadas, a pronúncia tinha que ser perfeita.
Estes contatos revelaram seus conhecimentos linguísticos, e ele de fato era um competente poliglota. Não demorou a ser solicitado para traduções comerciais e recepções a Autoridades estrangeiras, como tradutor; sua vida comerçara a mudar para melhor,muito melhor.
Ele continuou sua luta pela leitura do livro, buscando seu tesouro, ao fim de vinte anos já lia e falava fluentemente quinze idiomas. Tornara-se um homem muito abastado e respeitado mais ainda não compreendera a natureza do tesouro que encontrara, a ambição pelo tesouro que imaginava como arcas cheias de ouro, moedas e jóias não o deixavam ver
Que o tesouro que o livro lhe prometia era o Conhecimento, e que ele a duras penas o cavara com ótimos resultados.
Só na velhice, após conseguir ler a última página do precioso livro ele compreendeu, olhando a imensa biblioteca que formara, e analisando sua vida qual era realmente o tesouro de Zedra.
Quando quiser escrever sobre um assunto, jamais seja superficial. Pesquise e leia o que puder sobre o mesmo. Os pequenos tesouros de conhecimento que assim acumulará
MUDARÃO A SUA VIDA. .........e para melhor.
