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Artigos-->Nova matriz econômica ainda atrapalha o Brasil -- 12/09/2016 - 14:57 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


O Antagonista



 



24 de Julho de 2016





"Nova matriz econômica" ainda atrapalha o Brasil 





Por Conrado Mazzoni



O físico Samuel Pessôa reconhece que há gente boa projetando uma



recuperação rápida da economia brasileira, mas mantém um pé atrás na



hora de comemorar um eventual aumento do PIB no ano que vem.



Pesquisador do Ibre, o Instituto Brasileiro de Economia da FGV do Rio de



Janeiro, ele prevê estagnação em 2017, após um tombo de 3,5% neste



ano.





As razões do ceticismo derivam dos anos de nova matriz econômica dos



governos Lula e Dilma. O doutor em economia pela USP aponta sequelas



que dificultam o crescimento, situação agravada pelo alto endividamento



de famílias e empresas.





Estudioso do salto explosivo do gasto público, Pessôa não descarta



aumento transitório de impostos, em paralelo à necessária redução de



despesas. Mas na hora certa. “Vamos primeiro combater a inflação,



reancorar as expectativas, aumentar a confiança de todo mundo na



política monetária, para que o custo de desinflação seja mais baixo. Então,



poderemos voltar com a agenda de carga tributária”, diz.





Leia a seguir os principais trechos da entrevista que ele concedeu a O



Financista:





O Financista: Após anos de leniência com a inflação durante a gestão



Alexandre Tombini, o custo do combate à inflação é maior?





Samuel Pessôa: O custo, evidentemente, ficou mais alto. O comunicado



do Copom reforça essa visão. Um dos itens mencionados é que a sequência de anos com



inflação acima da meta aumenta a inércia. Entendo que a nova diretoria



do BC vai retomar a prática de considerar não somente o cenário de



referência a caminho da meta, mas também o cenário projetado pelo



mercado. Com Tombini, houve certo desprestígio da expectativa do



mercado acerca da inflação. Não levar isso em consideração acabou



provocando um efeito “retroalimentador”: o mercado não acredita que a



inflação vai para a meta, as expectativas ficam mais altas e o custo de



reduzir a inflação aumenta. Creio que estamos perto de um ciclo de



afrouxamento monetário, provavelmente em algum momento no último



trimestre do ano.





O Financista: No cenário base do Copom, a inflação deve chegar a 4,5%, em 2017. O mercado ainda aponta 5,3%. O senhor aposta na primeira ou na segunda estimativa?





Pessôa: Eu comecei o ano mais pessimista com inflação. Estimava algo na



casa de 8%, neste ano, e em torno de 6%, no ano que vem. Agora acho



que este ano será na casa de 7,5%, talvez um pouco mais baixo; em 2017,



já consigo ver possibilidade de inflação na meta ou muito perto dela. Uma



questão que envolve o cenário inflacionário é que se considerava uma



rodada de aumento de carga tributária, o que afeta a inflação. Vejo que há



um entendimento de que o custo inflacionário de aumento de impostos é



muito alto hoje, até por conta da inércia muito alta e das expectativas



muito desancoradas. É possível, portanto, que a estratégia mude. Vamos



primeiro combater a inflação, reancorar as expectativas, aumentar a



confiança de todo mundo na política monetária, para que o custo de



desinflação seja mais baixo. Então, poderemos voltar com a agenda de



carga tributária.





O Financista: O senhor considera inevitável algum aumento de imposto temporário? 





Pessôa: Aumento de carga tributária tem impacto sobre o crescimento, a



médio prazo, e sobre a renda per capita, no longo prazo. Se há uma



demanda por elevar gastos sociais ou qualquer outra coisa, acho sempre



melhor financiar por meio de aumento de impostos do que por meio de



inflação. Depois de guerra civil, a maneira menos civilizada de gestão do



conflito distributivo em uma sociedade moderna é a inflação. Mas há



limites para o aumento da carga tributária. Se gerar um choque



inflacionário, é preciso gastar com juros e desencadear uma pequena



recessão que tem um custo fiscal. Ponha isso na conta e compare com o



ganho tributário. Objetivamente, se reduzirmos muito os gastos, ainda



daria para escapar do aumento de carga tributária. Teria que mudar a



regra de reajuste do salário mínimo e de vencimentos dos servidores,



considerando só a inflação e não o crescimento real do PIB; fazer uma



reforma da previdência com uma transição mais rápida; reduzir o gasto



discricionário. Mas o risco é imenso. É preciso colocar na conta o elevado



nível de dívida e do gasto e rezar para que o mundo continue comprador



como está, com juro baixo... São muitos fatores. Por isso, eu seria



favorável ao aumento de carga tributária transitório. Talvez tenhamos de



esperar um pouco para fazer isso, quando as expectativas estiverem



melhores.





O Financista: Qual a sua percepção sobre a atividade econômica? 





Pessôa: A mudança do governo teve impacto sobre as expectativas, que



melhoraram muito. Isso está associado à percepção de que o país não



aguentaria dois anos e meio da presidente Dilma. Além de ela ter perdido



qualquer capacidade de coordenação junto ao Congresso Nacional, está



mais do que provado que ela é uma pessoa completamente inepta e



incapaz para um cargo dessa natureza. A troca pelo Temer já produziu um



impacto importante sobre as expectativas que tínhamos. Alguns analistas



mais otimistas falam até em crescimento de 2% do PIB em 2017. No Ibre,



estamos mais céticos. Achamos que vai demorar um pouco mais para a



economia religar. Eu entendo quem está mais otimista porque, de fato, as



últimas recuperações cíclicas foram rápidas. Nós, porém, vemos uma



recuperação mais lenta. O número do Ibre com o qual trabalho é zero



para o ano que vem. Há dois fatores. Primeiro, seis anos de “nova matriz



econômica”, de 2009 a 2014, pioraram muito a microeconomia do país e,



portanto, afetaram muito a capacidade de crescimento da economia. O



segundo fator é que esta é a primeira crise que entramos com a economia



alavancada. Ingressamos na crise com o crédito como proporção do PIB



batendo em 50%. Sabemos que o balanço das famílias e o balanço das



empresas estão machucados.





O Financista: No meio do caminho, há a agenda de reformas. A propostade emenda constitucional que limita o crescimento do gasto público apenas prepara o terreno para avançarmos na reforma da Previdência?





Pessôa: Sim, é um primeiro passo. Há muitos outros gastos que crescem



vegetativamente. A ideia da PEC do gasto é funcionar como um



mecanismo de coordenação do nosso conflito distributivo. A sociedade



brasileira é muito heterogênea e complexa. Desde a constituinte de 1988,



cada grupo de pressão consegue colocar seu interesse na Lei com maior



ou menor grau de legitimidade social. Durante muito tempo, conseguimos



empurrar esse problema com a barriga porque tivemos um período em



que a receita crescia a uma velocidade espetacular, o dobro do ritmo de



crescimento do PIB. Quando passamos a ter um comportamento normal



da receita, vieram as disfuncionalidades atuais. É muito difícil atacar a



agenda fiscal item por item. Cada item é protegido por um grupo



organizado, enquanto o interesse difuso, agregado da sociedade, não se



organiza. Por isso, o resultado é disfuncional. Se nada for feito, isso vai



provocar inflação. É como tratamos essa questão a vida toda. A da PEC do



gasto tende a criar uma restrição dura que fará com que a limitação do



gasto interfira na vida de todo mundo, mas sem bater na inflação. Com



isso você engessa o Estado brasileiro. A ideia é provocar um interesse na



sociedade a favor do ajuste fiscal. Trata-se de explicitar um conflito que



está implícito.





O Financista: O Congresso aprovará a reforma da Previdência? 





Pessôa: Acho que será aprovada. Era um tema absolutamente tabu que



está andando rápido. Ainda não estão claros os parâmetros e a velocidade



de transição. É possível que seja feita em várias etapas. Creio que o



princípio da idade mínima será aprovado. Provavelmente não será neste



ano.



 



Leia os textos de Félix Maier acessando:



1) Mídia Sem Máscara

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2) Piracema II - Nadando contra a corrente

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MEMORIAL 31 DE MARÇO DE 1964

Uma seleção de artigos. Imperdível!

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