MANÉ Zé-Tó Ohl 15.02.03
(Este trabalho é uma atualização da grande obra de Carlos Drumond de Andrade, “JOSÉ”, ou seja, coloca no dia de hoje a destreza e paixão do vivido por aquele emérito Poeta Brasileiro).
E agora, Mané?
O dinheiro acabou
O mês começou
A mulher fugiu
A fonte secou
E agora, Mané?
E agora, Mané?
Você que sujou o nome
Que vive igual porco
Que é o inverso
Odeia e desdém
E agora, Mané?
Está na pior
Está na rua
Está na sua
Só sabe beber
Só sabe fumar
Cospe no chão
O bicho pegou
A polícia te levou
A tristeza continuou
Nada queria
O sonho acabou
E agora, Mané?
E agora, Mané?
A esperança sempre existiu
Dá alegria
É alegre
Como uma lebre
Volta a comer
Volta a ler
Querer é poder
Volta a crescer
Veste seu terno azul marinho
Seu carinho
Só amor – e agora?
Com soluções
O caminho descobre
Emoções
A tristeza encobre
Só existe amor
Dá Adeus ao temor
Quer viver como o ar
Voando
Amando
Sendo, acontecendo
Sempre ...
E agora, Mané?
Se você gritar
Se você cantar
Se você tocar
O samba de uma letra só
Pocotó, pocotó
Tudo vai continuar
Só você perderá
Poderá mudar
Você é flexível, Mané!
No mundo claro
Qual águia sagaz
Com alegria
Horizontes de felicidade
Agora capaz
Você vai, fica, sai
Você pode
Vá, Mané!
Mané sabe pra onde?
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