O Antagonista
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16 de Outubro de 2016
“Temer tem condições de aprovar tudo”
O cientista político Lucas de Aragão afirma que há grandes chances de o Congresso, enfim, aprovar as reformas
Márcio Juliboni
Se depender da base aliada, Temer entrará para a história como o presidente que conseguiu aprovar, finalmente, as reformas que o Brasil aguarda há tanto tempo. A prova mais eloquente foi o forte apoio à PEC do Teto, durante a primeira votação na Câmara.
“Os maiores partidos da base apresentaram um índice de fidelidade maior que 90%”, afirma o cientista político Lucas de Aragão, sócio da consultoria Arko Advice. “Nem o PT era tão alinhado a Lula e Dilma.” E, por falar na nova oposição, Aragão é claro: Temer não precisa se preocupar com ela.
Veja os principais trechos da conversa com O Financista:
O Financista: A primeira votação da PEC do Teto prova que Temer tem, mesmo, uma base sólida?
Lucas de Aragão: Sim. Ela mostrou que Temer controla bem a base, porque ele esteve atento às demandas dos congressistas. Ele resgatou algo do presidencialismo de coalizão que se perdeu com Dilma: prestigiar a base aliada. Temer está normalizando as relações entre o Executivo e o Legislativo. Os maiores partidos da base apresentaram um índice de fidelidade maior que 90%. Nem o PT era tão alinhado a Lula e Dilma. Não tenho nenhuma dúvida de que a PEC será aprovada em segundo turno.
O Financista: A base pode ser bastante fiel, mas ela é perene? Pode se dividir em temas difíceis, como a reforma da Previdência?
Aragão: Um dos grandes erros de Dilma foi tratar cada votação como algo totalmente independente. Isso empoderava o Congresso a todo o momento e inflacionava o voto da base. O importante é que Temer sabe o que quer, é ambicioso, mas realista. No campo legislativo, o governo quer aprovar a PEC do Teto e a reforma da Previdência. E, na economia, quer elevar a confiança e atrair investidores. Se Temer cumprir essa pauta, será um governo bem-sucedido. Eu vejo uma base coesa o suficiente para aprovar tudo até o fim do mandato de Temer.
O Financista: Ao declarar que o Brasil pode mudar a PEC do Teto daqui uns anos, Temer não reforça a imagem de indeciso?
Aragão: Acho uma declaração muito sensata do presidente, porque há muita incerteza dentro de um período de 20 anos. Além disso, há muitos interesses distintos. O que o mercado quer ouvir não é o mesmo que a imprensa ou outros atores. Por isso, Temer precisa flutuar entre vários polos de interesse e tem de ser um pouco paradoxal. Tudo o que ele disse é que não é dono da verdade.
O Financista: Qual é a capacidade efetiva da oposição de barrar esses projetos?
Aragão: O governo não deve se preocupar com a oposição, porque ela já é conhecida. Basta jogar dentro da estratégia já traçada. O desafio é preservar a base aliada. Se Temer mantiver a fidelidade acima de 70%, vai aprovar a PEC e a reforma. A oposição não atrapalha a governabilidade. Ela pode, no máximo, tentar bloquear alguma tramitação, recorrendo ao regimento. Mas a votação da PEC do Teto mostrou que o governo sabe usar muito bem o regimento.
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