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Poesias-->ÚLTIMO DEGRAU -- 03/07/2003 - 07:21 (Morgana Meirelles) |
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ÚLTIMO DEGRAU
Te esperei
Sentindo o sabor das estrelas
Saboreando o cheiro do sol
A canção do mar
Bebendo o orvalho da manhã
Envolvida no manto da lua
Completamente nua
Te esperei
Na curva do tempo
No calor do momento
Na poesia do vento
No arrepio lento das horas
No desabrochar da aurora
No despertar do agora
Te esperei
Ao lado do medo
Com o gosto azedo do teu
Desprezo
Com a suave esperança do teu
Apego
Ansiando pelo meu sossego
Te esperei
Com o martelar dos minutos
No peito
Com a lembrança dos nossos delírios
No leito
Com o desespero do meu cansaço
Na ânsia dos teus passos
Com a certeza do teu abraço
Com desembaraço
Te esperei
Sentada na areia
Na poeira dos meus sonhos desfeitos
Dos velhos sons rarefeitos
Com os braços abertos para os teus
Defeitos
Na saudade dos teus beijos
No silêncio do desejo que tudo fosse
Perfeito
Te esperei
Em vão no último degrau da solidão
No auge da paixão até a exaustão
Esqueci nossa canção
Te arranquei de vez do meu coração
Sem emoção
Cansei
Da tua ingratidão
Me desfiz da ilusão
Vestida de seda, cetim e lã,
E esperei refeita
Um novo amanhã
MORGANA
Rio de Janeiro, 29/06/03.
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