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Artigos-->ESCOLA DE BELAS ARTES DE PELOTAS - memória e história -- 24/10/2016 - 15:42 (LUIZ CARLOS LESSA VINHOLES) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

A ESCOLA DE BELAS ARTES DE PELOTAS



Memória e história



L. C. Vinholes



Não é qualquer livro que nos faz sentir sensações singulares, nos aproximam de momentos vividos ou nos colocam frente a frente com a realidade do nosso dia a dia.



“A Escola de Belas Artes de Pelotas – memória e história”, tem sua apresentação assinada por Lauer Alves Nunes dos Santos e foi organizada pelas professoras Anaizi Cruz Espírito Santos, Carmem Regina Bauer Diniz e Clarice Rego Magalhães, integrantes da comissão que deu “início aos preparativos para a comemoração dos 60 anos de fundação da Escola de Belas Artes de Pelotas”. Com a leitura que fiz, senti-me gratificado não só pelas recordações que me proporcionou, mas também pelo muito que desconhecia e aprendi e pelos acréscimos de detalhes sobre o que já ouvira falar. A sensação maior foi quando vi a foto documentando a I Exposição dos alunos da escola, em 18 de outubro de 1949, evento do qual participei com meus 16 anos de idade.



No referido livro são citadas pessoas com as quais convivi e das quais tenho as mais gratas lembranças. Limito-me a citar os nomes de Marina Moraes Pires que, em 1940, começou a lecionar desenho na Escola Normal Assis Brasil, contemporânea de Leopoldo Gotuzzo, foi aluna de Frederico Trebbi, mentora da criação da Escola de Belas Artes concretizada em 19 de março de 1949, dela sendo professora e diretora, intermediária da bolsa que recebi da Prefeitura para estudar violoncelo com Jean Jacques Pagnot, professor do Conservatório de Música; o mestre restaurador Adail Bento Costa, com quem meu último encontro foi no Clube Comercial, em agosto de 1976, em companhia da jornalista Marina Oliveira, Francisco Dias da Costa Vidal e Henrique Freitas; Henrique Carlos Morais, entusiasta e nostálgico guardador da memória de Pelotas no minimuseu da Biblioteca Pública; Teresinha Mallmann Louzada, companheira dos tempos do coral da Catedral, regido pelo maestro José Duprat Pinto Bandeira, e incansável parceira na tarefa de manter vivo o relacionamento dos integrantes do Clube de Correspondência “Gato Pelado” do Colégio Municipal Pelotense com os alunos das escolas de Suzu, cidade japonesa irmã de Pelotas; Waldemar Coufal, meu timoneiro nas primeiras empreitadas de minhas pretensões de jornalista no Diário Popular e Opinião Pública; Paulo Duval com quem mantive contatos frequentes não para valer-me de seus préstimos de otorrinolaringologista, mas sim em virtude de minha atividade como copista da Orquestra Sinfônica local, por ele dedicadamente presidida; tantos outros mais, inclusive o grande mestre italiano Aldo Locatelli a quem, arriscando-me no alto dos andaimes, assistia pintando cenas dos afrescos da nave central da Catedral, pintor que, anos mais tarde, foi objeto do artigo que escrevi depois de visitar sua terra natal.



Na publicação em apreço uma questão de gênero chama a atenção, uma vez que seus textos são todos assinados por pesquisadoras, conforme registrado a seguir: “Impressões sobre a Cidade de Pelotas até meados do Século XX” , por Giana Lange do Amaral; “A Escola de Belas Artes: a gênese, a luta pelo prédio próprio e seus principais personagens” e “O papel dos jornais na gênese da Escola de Belas Artes”, por Clarice Rego Magalhães; “Escola de Belas Artes: sistematização e desenvolvimento do ensino da arte em Pelotas”, por Carmem Regina Bauer Diniz; “As exposições anuais da Escola de Belas Artes”, por Anaizi Cruz Espírito Santo; “A meta da federalização e o ingresso da Escola de Belas Artes na Universidade Federal de Pelotas”, por Francisca Ferreira Michelon; “A educação formal na Escola de Belas Artes”, por Carmem Lúcia Abadie Biasoli, Larissa Patron Chagas e Kátia Helena Dias; e “A Escola de Belas Artes: relatos e memórias”, por Anaizi Cruz Espírito Santo e Clarice Rego Magalhães. Cada um destes artigos mereceram um precioso sumário na informativa introdução assinada por Carmem Regina Bauer Diniz.



As cento e noventa páginas de texto são enriquecidas com fotos do Arquivo Fotográfico Histórico da UFPel/EBA/MALG, ora com páginas inteiras documentando as fachadas externas, ora com magníficos detalhes do interior do prédio-sede da Escola de Belas Artes construído em 1881, generosa doação em 1963 pela benemérita senhora Carmen Trápega Simões; por registros de eventos e atividades que marcam etapas da história da instituição; e por cinquenta e quatro reproduções coloridas de obras premiadas de alunos do período de 1953 a 1972.



Seria injusto deixar fora deste texto o reconhecimento ao trabalho realizado pelas suas autoras, não mencionando, pelo menos, as informações pertinentes à formação de cada uma das coordenadoras e colaboradoras: Anaizi Cruz Espírito Santo: Graduação em Pintura, Licenciatura em Desenho, Graduação em Arquitetura e Urbanismo, Mestre em Arquitetura, Doutora em Arquitetura, Professora Adjunta (aposentada) do Instituto de Artes e Desenho (IAD) da UFPel; e Carmem Lúcia Abadie Biasoli : Mestre em Educação, Doutora em Educação e Professora Adjunta do IAD/UFPel (In memoriam); Carmem Regina Bauer Diniz: Licenciatura em Desenho e Plástica, Mestre em História, Teoria e Crítica de Arte, Doutora em Educação, Professora Adjunta do Centro de Artes (CA) da Universidade Federal de Pelotas (UFPel); Clarice Rego Magalhães: Bacharelato em Artes Visuais, Graduação em Arquitetura e Urbanismo, Mestre em Educação, Doutora em Educação, Professora do CA/UFPel; Francisca Ferreira Michelon: Graduação em Licenciatura Plena em Educação Artística, Mestre em Atividades Visuais, Doutorado em História, Estágio pós-doutorado no Arquivo Fotográfico da Câmara de Lisboa, Professora Associada do Instituto de Ciências Humanas da UFPel; Giana Lange do Amaral: Graduação em História, Mestre em Educação, Doutora em Educação, Professora Adjunta da Faculdade de Educação da UFPel; Kátia Helena Rodrigues Dias: Graduação em Artes Visuais Modalidade Licenciatura, Mestre em Memória Social e Patrimônio Cultural; e Larissa Patron Chaves, Graduação em Artes Visuais, Bacharel em Pintura, Mestre em História, Doutorado em História e Estudos Latino-Americano, Professora Adjunta do CA/UFPel.



Enquanto lia os trechos que abordam as dificuldades enfrentadas pela professora Marina de Morais Pires, me inteirava da colaboração dos que com ela almejavam as mesmas metas e tomava conhecimento da concretização das etapas que pavimentavam o caminho à sua instalação definitiva. Vez por outra, interrompia a leitura e voltava meu pensamento para imaginar os resultados: a alegria dos que, tendo nela ingressado e dela saído, sentindo-se gratificados pela dedicação e perseverança nos estudos realizados sob a orientação de uma equipe de metres-artistas e artistas-mestres que em mais de 65 anos cultivaram os pendores de jovens talentos, hoje artistas-orgulho da Princesa do Sul.



Esta obra abrangente sobre a Escola de Belas Artes de Pelotas, assim como a história da própria instituição, resultou do esforço e da dedicação de vários atores. Alinhando as informações dela constantes, pode-se traçar a senda que começou em meados de 2008 com a criação de uma comissão, conforme registra o texto de apresentação de março de 2012, tendo como meta a data da comemoração do 60º aniversário da instituição em 19 de março de 2009, mediante “o resgate efetivo da sua história” resultante de “um projeto de pesquisa” que se tornaria “exitoso quando sua edição” viesse “a público”. Concluídos os trabalhos de pesquisas e redação, a obra saiu do prelo com o selo da Editora da UFPel em 2014, quando a universidade comemorou 45 anos e a escola 65 anos de existência. Esta retrospectiva mostra que nem sempre é fácil alcançar objetivos válidos quando se trata de arte e cultura.


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