COPACABANA
No vagar do dito
Fica a desdita
De quem sempre achou
Que a vida é despedida
No serenar das horas idas
Só te resta a coragem antiga,
De seguir subtraído
Pelas frestas da rua
Nua de nós
Em contrapartida ,
No céu vibra a dança
Da lua ferida
No apagar das luzes brilhantes
Da Avenida Atlântica
Vás em má companhia,
Sem alento, entre os edifícios,
Quanto desperdício
Por um momento de desequilibro
Valeu o sacrifício?
E na sombra do teu olhar
Perdido
Me fala, amigo,
O quanto te custou teu jeito
Cinza
Me olha no olho, me olha torto
Me cobra de novo,
Tudo que já ouvistes,
Te prometo e não te cumpro
Segue teu rumo
Pula do muro
Vai sozinho
Com o teu destino perdido
Teu futuro medido
Perdestes tudo que amas
Teus sonhos desfeitos na cama
Adeus
Copacabana
MORGANA
Rio de Janeiro, 04/07/03.
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