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Artigos-->EXPOSIÇÃO INÉDITA DE LEOPOLDO GOTUZZO -- 10/11/2016 - 09:40 (LUIZ CARLOS LESSA VINHOLES) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

                                                                                                               EXPOSIÇÃO INÉDITA DE LEOPOLDO GOTUZZO                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                   L. C. Vinholes



Na programação das comemorações dos 30 anos da criação do Museu de Arte Leopoldo Gotuzzo de Pelotas (MALG) figura, com significativo destaque, a mostra de 75 obras do pintor pelotense que, até então, embora criadas pelas mesmas mãos e com a mesma palheta, se dispersaram e se encontravam distantes umas das outras. A iniciativa de reuni-las possibilitou ao público em geral e aos apreciadores de arte em particular estarem frente a frente com momentos singulares vividos pelo artista e, quem sabe, até mesmo permitiu aguçar seus olhares para tentar reconstituir os momentos por ele vividos nos processos de realização de suas obras. Tive o prazer de fazer parte do numeroso público e de, com ele, compartilhar das surpresas e alegrias da inauguração da referida mostra, ocorrida em 17 de setembro de 2016. Surpresas e alegrias possíveis graças ao trabalho dedicado e persistente da curadora Carmem Regina Bauer Diniz, professora-adjunta do Centro de Artes da Universidade Federal de Pelotas e presidente da Associação Amigos do Museu. Naquele momento, senti que fui testemunha de uma das exposições mais sensacionais das tantas que já vi e que me possibilitou conhecer o que seria impossível se não estivesse tudo sob um só teto. Percorrendo lentamente as duas salas principais que acolheram as obras e apreciando cada uma delas, fiquei surpreso com tantas flores por ele pintadas, mostrando em cada quadro o uso de técnicas diversas em benefício de linguagem desbravadora de expressões pioneiras em seu trajeto de artista. Em texto-guia, disponível ao lado das obras, a curadora comenta: “As pinturas e desenhos aqui apresentados estão sendo reunidas pela primeira vez e possibilitam aos apreciadores da produção de Gotuzzo uma visão mais ampla daquela que vem sendo mostrada no MALG. Essa reunião aponta a necessidade de estudos mais aprofundados sobre as obras expostas, tendo em vista a diversidade de uma produção ainda desconhecida do grande público e inclusive do próprio Museu.” Em um comentário didático o público tomou conhecimento de que: “Leopoldo Gotuzzo viveu no início do século XX o tempo de indefinições entre o gosto pela modernidade, que se expandia, e a permanência na arte naturalista de estrutura acadêmica. Sua opção pelo naturalismo realista é visível em toda a sua extensa obra, embora alguns toques de modernidade estejam presentes na liberdade de suas pinceladas de cores fragmentadas ou nas de caráter expressionista. Em suas diferentes fases, Gotuzzo pintou paisagens urbanas e campestres, figuras humanas, nus admiráveis, naturezas mortas e flores de diversos tipos e matizes, de presença expressiva entre os colecionadores de Pelotas.” O MALG e a sociedade pelotense estão de parabéns, por verem mais uma vez concretizado o desejo de Gotuzzo de não estar presente apenas na intimidade dos inúmeros guardiões de suas obras, mas principalmente próximo a todos os seus conterrâneos, objetivo que o levou a doar a uma instituição de fácil acesso ao público, a Escola de Belas Artes, significativo número dos seus trabalhos: primeiro em 1955 e depois, post mortem, em 1983. Os colecionadores que ouviram as ponderações da professora Carmem Regina, disponibilizando seus quadros e desenhos, prestaram inestimável colaboração, sem a qual teria sido impossível a realização da mostra. As obras de Gotuzzo reunidas na exposição foram cedidas pelos colecionadores: Bernardino Assis Brasil, Elisabeth Amaral Lemos, Família Leite Reis, Família Russomano, Gilda Martins Moreira Osório, Graça Marques e Luís Ottoni Xavier, José Henrique Pires, Lucia Bergamaschi Weymar, Luís Roberto Rocha e Elisa Andrade, Márcia Perez Wrege, Maria Amélia Perez Wrege, Maria Lúcia Moraes Dias, Maria Regina Rosinha Heidtmann, Marilda Ribeiro, Marta Surreaux Peró Osório, Miriam e Luís Carlos Pacheco dos Santos, Nicola Caringi, Noemia Echenique Magalhães Paulo Gasparotto, Raquel Schwonke, Renato Varoto, Roberto Bonini, Rogério Aduris Caruccio, Suzana e Saad Salim, Zezé Talavera Campos e pelas instituições Berta Antiguidades, Biblioteca Pública Pelotense, Clube Comercial, Lalique Antiguidades e Prefeitura Municipal de Pelotas. Para que valha como subsídio, os óleos e desenhos emprestados pelos colecionadores acima relacionados estão registrados a seguir pela ordem cronológica os datados e pela ordem alfabética os não dados. Óleos: Mulher de vestido preto (1915), Paisagem dos Pireneus (1918), A Mulher de negro (1927, Paris), Paisagem (1927), Pelourinho (1927, Portugal), Nu feminino (1931), Cabeça de negra (1934, Rio de Janeiro), Hortências (1942), O ancião (1943 Rio de Janeiro), Natureza morta (1945), Arcos da Lapa (1946, Rio de Janeiro), Bleuets (1948, Rio de Janeiro), Nu (1949, Rio de Janeiro), Vaso com dálias (1963), Vaso com rosa vermelhas (1963), Conjunto de flores (1965), Parque Laje Rio de Janeiro (1965, Rio de Janeiro), Uvas e peras (1972) Vaso com rosas brancas (1974), Dálias brancas, Eucaliptos, Figura de mulher, Figura feminina, Figura masculina, Flores, João Rouget Peres, Mandarim, Márcia Perez Wrege (11 anos), Morro de Santa Tereza, Nu feminino deitado (Paris), Paisagem de Piratini, Paisagem com coqueiro, Paisagem com rochas, Paisagem marítima, Rosas, Rosas, Rosas brancas, Rosas vermelhas, Rosas vermelhas, Rosas vermelhas, Rouget Alberto Perez Wrege, Tarde chuvosa em Amarante (Portugal), Vaso azul com flores laranja, Vaso com jasmim manacá, 2 óleos s/d e s/t. Desenhos: Joseph Nöel (1913, Roma), Mulher de joelhos (1918, Paris), Retrato de Dora (1926), Nu feminino de frente (1929, Paris), Nu (1930, Paris), Nu feminino de costas (1932, Rio de Janeiro), Retrato de jovem senhora (1935), Nu feminino de costas (1937, Rio de Janeiro), Nu feminino sentado com braços levantados (1943, Rio de Janeiro), Mulher recostada (1957, Rio de Janeiro), Nu feminino sentado (1958 Rio de Janeiro), 3 com o título Nu, 3 com o título Nu feminino, Nu feminino de frente, Nu feminino de lado (Rio de Janeiro), Nu masculino, Nu masculino de costas agachado, Pássaro, Retrato de Eunice Costa e 4 desenhos s/d e s/t. Jogando com números, as informações graciosamente cedidas pela curadora permitem observar que as 75 obras apresentadas são o somatório de 47 óleos e 28 desenhos, números estes que, cada um deles, pode ser dividido em binários de 19 óleos com data, 28 óleos sem data e 11 desenhos com data e 17 desenhos sem data. Os desenhos são fruto do trabalho entre 1913 e 1958, datas que constam do retrato “Joseph Nöel” - certamente homenagem do pintor pelotense ao grande escultor francês, célebre por seus registros clássicos -, e do “Nu feminino sentado”, o primeiro produzido em Roma e o segundo no Rio de Janeiro. Os óleos pertencem ao período entre 1915 e 1974, conforme mostram as datas de “Mulher de vestido preto” e “Vaso com rosas brancas”. Dez óleos e nove desenhos registram as cidades nas quais o artista se encontrava quando eles foram produzidos: Rio de Janeiro, Paris, Roma, Amarantes e Lisboa. Providencialmente, a documentação fotográfica do evento comemorando não só ao 30º aniversário do Museu de Arte Leopoldo Gotuzzo, mas também homenageando ao seu patrono, fará parte dos arquivos do museu e será subsídio alternativo para ser apreciado por futuras gerações já que, a partir de 23 de outubro do mesmo ano, data do término da mostra, as obras voltaram aos seus antigos postos. Levando em consideração o texto-guia acima citado quando diz “tendo em vista a diversidade de uma produção ainda desconhecida do grande público e inclusive do próprio Museu”, formulo hipótese que considero plausível. Assim como fiz com o óleo Aspecto de Ouro Preto (1942) que, desde julho de 2013, saiu de minhas mãos e passou a fazer parte do acervo do MALG, espero que também alguns dos colecionadores citados, num ato de espontânea benemerência para com as futuras gerações de pelotenses e de outros públicos, decidam, generosamente, contemplar a ampliação da Coleção Leopoldo Gotuzzo do museu que o tem como patrono. Assim, seguramente, poderá vir a ser plenamente atendida a segunda parte do texto-guia: “a necessidade de estudos mais aprofundados sobre as obras expostas”.


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