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Cronicas-->Estrangeiras -- 26/11/2002 - 11:55 (Mônica Simioni) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
As cinco primeiras horas me levaram à loucura! Nem conseguia pensar direito. Não era a nossa condição o problema. Era sua presença. Somos terrivelmente diferentes! Já fomos companheiras no passado, e ainda assim tínhamos nossas brigas. Somos duas malucas foragidas do Pinel, falando línguas diferentes, originadas de universos diferentes, presas, limitadas, conversando longamente sem dizer nada. Eu em francês e ela em japonês. E, o pior, sorrimos ao final. Por quê? Antes fosse uma questão de compreensão.

Depois de cinco semanas, entendi que existia uma necessidade prática para nos relacionarmos melhor. Afinal, eu precisava dela e ela de mim. Mesmo que não conseguisse manter uma conversa forma, comunicar e manter-nos ligadas de alguma maneira. Mas como? Estava em minhas mãos. Ela seria incapaz de ter alguma iniciativa. Jamais admitiria alguma tensão ou confusão comigo. Ah, mas éramos tão próximas qundo pequenas... Não era possível termos perdido tudo que tínhamos em comum. Observei que ela também gostava de frutas. Para encontrá-las era preciso caminhar até o outro lado da ilha - ou seja, horas de solidão. Era minha solução! Então, com muito gosto passei a me prontificar a lhe catar algumas. E ficava horas e horas escolhendo as melhores frutas para lhe presentear. E quando eu voltava ao entardecer, ela estava chorando à minha espera.

Passaram-se cinco anos e nós cada vez mais ansiosas por algum sinal do mar que nos salvasse uma da outra. Eu das suas mentiras. Ela das minhas verdades. No fundo, eu temia que ela fizesse o mesmo comigo, exigindo que eu fosse mais alguma coisa. Mas ela era um pobre criança num corpo de mulher, cheia de sentimentos ocos e frios causados numa infància dolorosa, comum, que lhe deixou marcas profundas na alma. Sua máscara de onipotência era tão sólida que nem ela mesma lembraria como já foi um dia. E eu, quem era?
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