Usina de Letras
Usina de Letras
266 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62073 )

Cartas ( 21333)

Contos (13257)

Cordel (10446)

Cronicas (22535)

Discursos (3237)

Ensaios - (10302)

Erótico (13562)

Frases (50483)

Humor (20016)

Infantil (5407)

Infanto Juvenil (4744)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140761)

Redação (3296)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1958)

Textos Religiosos/Sermões (6163)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Roteiro_de_Filme_ou_Novela-->O fim do usina - tragédia classico-moderna -- 05/07/2001 - 03:54 (Ayra on) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
((narrado por Ayra_on)

O fim de um mundo estranho. O Usina ainda é uma pergunta sem nenhuma resposta. Mas eu não irei lamentar.
Preparei um discurso para este dia, mas não vou pronuncia-lo em bancada nenhuma. Vou sussurrar para os espíritos das ruínas desse lugar.

(entra a morte)
Que faz aqui? Porque lamenta? Este lugar foi para ti como uma tormenta é para o pescador.

(Alex Huxley)
Silêncio. Respeite os que aqui jazem. Tu, me vieste buscar... que seja breve, pois me punge olhar esse lugar amado assim tão destruído.
Aprecia! Ali foi enterrada a poesia... morreu como tudo aqui.

(morte)
Como tudo, há de morrer também a poesia.

(Huxley)
Não, por Deus! Imortal há de ser a escrita, pois dela há de vir minha imortalidade.

(morte)
Não seja mais tolo do que os loucos dos asilos. A arte morre um pouco pelas mãos dos que buscam inovar... Para e ouve o lamento dos autores.

(Vozes agonizantes dos autores mortos e almas que vagão)
(morte)
Mira aquele louco (apontando)
Não vê que seus egos destruíram tudo.
Foi lhes dado o poder de construir juntos e eles, envaidecidos, fecharam-se em seus mundos e ali pensaram ser felizes...
O que sustentava esse mundo era a escrita e a união.

(Huxley)
Tolices de uma invejosa! (aponta para o louco)
Aquele que apontou. Aquele é Tirésia...
Escritor medíocre, sem credibilidade, fala pouco, escreve pra si... mas ainda tenta falar com os mortos.

(caminham para perto do louco a morte e Huxley)
(morte)
O que faz, pobre demente? Não vê que esses estão duros feito pedra. A vida desses já não mais anda sobre a terra.
(Tirésia)
Mesmo assim eu falo. Alguém há de escutar. Tu não me ouviste.
(morte)
Pouca diferença iria fazer. O que teria você para acrescentar a mim que tão sabia sou.
(Huxley)
E a mim, que tanto não quero mais saber quanto tenho fé que essa Dona de negro leve-me embora.
(Tirésia pega poeira e esfarela com a ponta dos dedos, de mão em mão...)
(Tirésia)
Olha! é pó. O farelo de Midas, endeusado por Helena, hoje ambos são pó.
Um dia Helena disse "com um nome tão estranho não deve escrever nada de bom", ela falou verdades.
Em minha vida mísera, nunca escrevi nada de bom. Discursos de louco para mim mesmo.
(Huxley)
Quem destruiu tudo?
(morte)
Quem destruiu tudo?
(Tirésia)
Quem destruiu tudo?
(Coro formado de algozes...)
Olhai, Oh! Deuses!
Essa terra devastada.
Maldade desses
Silêncio-a, empalada.

Os versos desse senhor
Não serviu pra ele nada.
Dá-me um sentimento de torpor
Ver tamanha beleza subtraída.
(Corifeu)
Seu cavalo, como o trovão atroa.
Lá adiante um jovem, assim como vossa senhoria
Vem reclamar a sua coroa.

(Entra Fortimbraz)
É nessa terra que me farei, também, rei!
(Tirésia)
Tragam então a coroa para esse novo rei, mas me atrevo a dizer que é terra amaldiçoada.
Muitos reis já passaram por aqui, hoje ser rei ou plebeu, escritor ou leitor... não significa nada.
(Huxley)
Que outro rei já pisou nessa terra, Senhor?
(Tirésia)
Tantos quanto não poderia eu assinalar. Nessa terra éramos todos reis de reinados próprios... mas ousamos invadir-nos a nós mesmos. Guerreamos e morremos como mera infantaria... bucha de canhão
(Fortimbraz)
Compreendo. Como podia um rei ser dono de reinado tão pequeno? Conquistar, como o grande Alexandre. Como o grande Fortimbraz, que herdou a Dinamarca e tem por direito o mundo.
(morte leva Huxley)
(Fortimbraz)
Nota que já outro não está mais conosco.
(Tirésia)
Assim foi... assim é.
(Fortimbraz)
Fala como se soubesse mais do futuro do que do tempo que vive agora.
Fala-me desses reis? Qual foi a ruína perpetrada por tais para que eu não caia por terra como esses.
(Tirésia)
Negros são os caminhos dos que buscam somente pelo desejo das posses.
Os reis de quem falei, todos eles se foram.
Ousaram não ousar... Diz a história de um desses. Rei glutão e fanfarrão. Deixou-se levar pela loucura. Seus escritos falavam de coisas da carne, coisas do homem... Seu nome hoje não pode ser dito, pois traria mal ao que resta. Direi pois não me resta mais nada. Lúcifer.
(fortimbraz)
Já ouvi, mas diga mais.
(Tirésia caminha entre os esquifes, para na frente de um)
Vê essa carcaça. Isso um dia foi uma mulher... Helena era seu nome e seus escritos foram belos, mas era vaidosa demais. Foi alvo da traiçoeira língua da Átila.
(caminha e para frente a uma estátua de ouro)
Esse senhor foi outrora um rei forte e soberano. Nunca vi tamanha postura de rei, mas deixou-se levar pela vaidade, como todos nós. Suas mãos faziam trovas de ouro... mas começou a tocar em si mesmo. Masturbação divina.
Esta era uma Esfinge bem intencionada, mas pecou. Perguntar era a sua meta, mas resolveu copiar e plagiar...
Restei tão medíocre e vazio, mas há o balsamo do veneno de meus versos. Finda-me como o mundo, o galante Fortimbraz. Finda-me agora, pois aqui fiz inimigos dignos de uma boa contenda e amigos que me fortalecem a batalha diária.
(morte)
Vejo que o louco sede espaço a morte.
(Fantasma de Huxley)
É o fim do Usina de Letras...
(Tirésia)
Deixo a vida para entrar no esquecimento.
Elenco:
Hitler como Atila
Milene Arder como Helena
Daniel Fiusa como Midas
Denison Borges como Lúcifer
O novo escritor do usina como Fortimbraz
Cláudio Vinicius como Alex Huxley
O entrevistador como Esfinge
Renato Aragão como não participativo

Coro formado por José Pedro Antunes e J. B. Xavier
Corifeu como Bruno Freitas
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui