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Cordel-->ARENGA DE PEDRO VALENTE X O BAIXINHO COMEDOR -- 06/09/2001 - 19:13 (Daniel Fiúza Pequeno) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Arenga de Pedro Valente x o baixinho comedor



Autor: Daniel Fiuza
06/09/2001




Na cidade de caucáia
Morava Pedro valente
Cabra criado na praia
Essa estória não mente
Sabia dá rabo-de-arraia
Brigava feito serpente.

O cabra era conhecido
Como invocado e brigador
Muito grande e atrevido
Cara forte e vingador
Brigar com ele é perigo
Dizem que muitos matou.

Um dia Pedro valente
Brigou com a guarnição
Bateu até no tenente
Deixou a tropa no chão
O povo canta em repente
O feito dele no sertão.

Já caçou onça com a mão
Tirou couro de lobisomem
Lutou sumo no Japão
Tudo na vida ele come
Matou pra comer um dragão
Depois foi matar sua fome.

Mexer com Pedro valente,
Era uma temeridade
Podia perder um dente
E sair correndo da cidade
Se chamar qualquer parente
Vai apanhar de verdade.

Pedro era bem casado
Com uma mulher bonita
Por ela, ele era amado
Tiveram a Maria Rita
Tinha um ciúme danado
Puxou a mãe à cabrita.

A menina era formosa
Com a mãe era parecida
Bonita e muito charmosa
Do Pedro muito querida
Moça faceira e dengosa
Do mundo vivia escondida.

Namorar Maria Rita
Nenhum rapaz se atrevia
Até um olhar se evita
Se o pai dela descobria
Mesmo que fizesse fita
O moço de medo morria.

A menina vivia chorando
Por não ter um namorado
Ouvia a música do Wando
Sonhava em ter um amado
Mas o tempo ia passando
Sem ter seu sonho alcançado.

De tanto ficar sozinha
Já tava pensando besteira
Como seu amado não vinha
Tava pensando em ser freira
Cabra macho ali não tinha
Ir pro convento estava à beira.

Chegava naquela cidade
O tal baixinho comedor
Tinha fama e qualidade
Todo mundo comentou
Na pensão da soledade
O danadinho se hospedou.

o baixinho tinha freguês
Papava qualquer mulher
Vestindo saia tinha vez
Menos quem mijava em pé
Como padre e escocês
Mulher macho ele não quer.

Além de ser garanhão
O baixinho era macho
Brigava feito leão
Não corri por ser baixo
Tinha fama naquele sertão
De ninguém era capacho.

Andando um dia na praça
Conheceu Maria Rita,
Que passeava com graça
Sozinha olhou aflita
Sua atração não desfaça
Seu coração é quem grita.

Desse dia em diante
O namoro começou
O baixinho confiante
Já a menina papou
A partir daquele instante
Maria Rita gamou.

Quando ficou sabendo
Daquela estória esquisita
Sobre o baixinho comendo
Sua filha Maria Rita
Pedro valente foi correndo
Com uma idéia maldita.

Quando encontrou o baixinho
Mandou logo ele explicar
Queria bem explicadinho
Aquela estória tão má
Ou vai morrer picadinho
Vá começando a rezar.

O baixinho calmamente
Para o Pedro falou
Você pode ser valente
Mais não e dois não senhor
Não tenho medo de gente
Se quiser brigar eu vou.

Sua filha eu já tracei
Agora não tem mais jeito
Mas dela ate gostei
Até que sou bom sujeito
Foi a melhor que papei
Comigo tenha respeito.

Pedro valente espumava
Botava fogo pela venta
A cabeça fumaçava
Cada hora a raiva aumenta
Furioso ele rosnava
Matar um hoje ele tenta.

Com um revolver na mão
Meio louco ameaçava
Na outra tinha um facão
Cortar o baixinho tentava
Mas não acertava não
Esperto o baixinho pulava.

Errou todos os seis tiro
No chão o facão fez um racho
No braço agora eu me viro
A luta é macho com macho
Atracaram-se num só giro
Pra vem que baixava o facho.

Dizem que a luta durou
Mas de uma hora e meia
Um barulho ensurdecedor
Aquilo era um briga feia
A pendenga só acabou
Quando o povo jogou areia.

Ate hoje ninguém sabe
Quem ganhou aquela briga
Comentário aqui não cabe
Sobre o baixinho duma figa
Antes que a estória acabe
Não quero fazer intriga.

O baixinho foi embora
Maria Rita ficou
Mas antes de dá o fora
A menina ele embuchou
Por ele ela ainda chora
Um belo dia ele voltou.

Pedro valente amansou
Não gosta mais de brigar
Um marido ele arranjou
Pra Maria Rita casar
No seu canto se acalmou
Para seu neto esperar.

E o baixinho danado
Dizem que se aposentou
Tem muitos filhos o safado
Ninguém ainda contou
Agora só come amarrado
Com a mulher que ele amou.

Aqui termina essa disputa
De Pedro valente e o baixinho
Que fizeram uma grande luta
Mas ninguém ficou sozinho
Fazendo mingau de araruta
Pra engordar o netinho.



















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