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Cronicas-->A rua das camélias -- 26/11/2002 - 14:59 (Hamilton de Lima e Souza) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Acho que foi na rua das Camélias que tudo começou. Não que a rua tivesse nome de flores. Havia naquela rua uma casa onde as mulheres tinham nomes especiais, conforme o gosto do velho Emanuel, um velho biólogo que deixou seus bichos de fazenda para cultivar espécies raras na grande estufa de sua propriedade.
Emanuel primeiro escolheu uma mulher com o nome de Rosa. Tiveram um filho. Gerànio. Depois outro, Jasmim. Este tão logo cresceu trocou o nome para Riobaldo, para desfazer qualquer dúvida.
E não vieram meninas. Foi quando Emanuel conheceu Camélia Mimosa, uma viúva que tinha outras filhas com nome parecido. Camélia Margarida, Camélia Orquídea, Camélia Brava, Camélia Petúnia.
Deixou Rosa na mesma semana, esquecendo do filho Riobaldo, e raramente atendendo Gerànio.
Além das Camélias que encontrou vieram mais duas depois, Camélia Bromélia e Camélia Camila, com as quais foi desenvolvendo os projetos artísticos voltados para decoração de ambientes e jardins, sempre cheios de flores.
Gerànio encantado com Camélia Orquídea acabou levando a moça embora, e teve filhos com nomes de plantas também, sina da família.
O irmão Riobaldo sumiu do mapa, pois achava tudo aquilo uma tremenda frescura. Dizem que foi servir num batalhão de infantaria na Amazónia para esquecer a família florida.
Emanuel gostava de sair para passear com a família, demonstrando certa unidade. Além de terem nomes bastante peculiares, as mulheres gostavam de usar vestidos cheios de flores estampadas, chamando a atenção de todos que passavam.
Era uma família que se destacava pelo excesso de breguice, pois sobravam flores em todas as roupas.
Quem era menos brega era o próprio Emanuel, que só andava com roupas que lembravam um jardineiro, e não raro estava com um pacote de sementes de alguma variedade de flor da Europa, para puxar conversa.
Mas um dia Camélia Mimosa passou com uma das filhas na frente do açougue e viu um funcionário mexendo nuns pedaços de chuleta. Ficou impressionada.
Foi assim que começou a traição. Emanuel sentiu os galhos. Preparou a vingança.
Mandou Camélia Mimosa subir numa árvore para pendurar recipientes de açúcar para os beija-flores. Quando a mulher estava na topo, deu-lhe dois tiros. A Camélia caiu do galho, deu dois suspiros, depois morreu.
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