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Poesias-->Que governo é este? -- 06/07/2003 - 10:32 (Raul Pinto) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Que governo é este?



(para Affonso Romano de Sant Anna)



Uma coisa é povo e juramento,

Outra é promover derramamento.



Uma coisa é povo e bom intento,

Outra é espargir a cal ao vento.



Uma coisa é povo e crescimento,

Outra, aquilo detrás do escuro intento.



Com ideário, estive na vanguarda,

Surfando em libertários movimentos.

Em cada beco e esquina se plantava

A verde sementinha da esperança!

Sonhando um futuro igualitário

Semeado pelos pés de um roraimense!



Uma coisa é povo e juramento,

Outra é promover derramamento.



Uma coisa é povo e crescimento,

Outra aquilo detrás do escuro intento.



Eu deveria derribar de Voltaire¹

O virtuoso busto que herdei,

Negando a incorruptível ascendência?

Ou deveria praticar a cartilha

De patéticas hienas, doudejantes

Por plata, adoradoras de anhangá,

Numa grande cagada macuxi?!

Ou deveria, afinal, jejuar nas ruínas

Do sempiterno forte São Joaquim,

Palco de ensangüentadas dissensões

Com revel invasor, cuja história,

Com sangue do pioneiro, foi na pedra

Escrita, mas negada, e não seguida?!



Há 100 anos nós somos só figuras,

Há 100 anos sãos índios uns fantoches,

Há 100 anos nós temos coronéis

Que nos ditam as regras e destinos,

Há 100 anos não há outros papéis!

Mas se o povo é dado ao esquecimento,

Voltam em dobro a dor e sofrimento!



Armaram, nesses três últimos lustros

Os guichês: “nossa gente, nossa estrela”,

Que se está “melhorando e crescendo”,

Ou que “o futuro é agora”.; isso

Embora nosso índio ainda carregue

Nas costas a penúria e o migrante,

A mentira do reto comandante!



Mas se o povo é dado ao esquecimento,

Voltam em dobro a dor e sofrimento!



Povo não pode ser da fome a fome,

Povo não pode ser apenas voto,

Tem rosto, coração e largos sonhos.

Quer o povo o que lhe é de direito,

O povo quer tão pouco, quer sorrir!



Uma coisa é régio que não banque,

Outra é espargir a cal ao vento.

Outra é a voz lá do palanque,

Outra aquilo detrás do escuro intento...







¹Voltaire Pinto Ribeiro, norte e saudoso pai do autor.

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