Maldita vida. Sou um escravo patético e finjo liberdade com drogas, mas na segunda-feira estou de volta. Bonitinho e dominado. Nem sei o que eu quero. O que tinha de bom já virou poeira. Tudo o que devia que ser escrito já o foi. O que devia ser cantado também.
Não me restou um amor que não seja doente. Ou puro e platônico ou real e infecto. Quis deixar de ser criança e ver a verdade. Mas a realidade é horrível e não posso fechar os olhos... E não quero! Foda-se. Foda-se tudo pois sei que tudo é falso, ilusão e efemeridade.
Tornei-me um poço sem fundo. Posso absorver toda a maldade, sujeira e doença desse mundo sem perder minha santidade. Nunca me tornarei um fantasma. Nem vou me render às máquinas ou a estupidez. Estou aprendendo, olhando as engrenagens. E quando entender como tudo isso funciona vou causar um colapso!
Não... Estou exagerando. Sou apenas mais um graozinho de poeira. Um pincher pode latir nervoso como um pitbull. Mas não deixa de ser uma merdinha que pode morrer com um pisão. Ah... Se ao menos Deus existisse. Ou se, pelo menos, eu fosse capaz de acreditar nele. Mas não sou. Eu matei meu deus e o meu deus me matou.