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Cordel-->Paixão de um vidente -- 29/05/2004 - 19:06 (Airam Ribeiro) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Literatura de cordel
Paixão de um vidente
De Airam Ribeiro
27/03/04

Um dia numa cidade
Morreu um tal de João.
Fui em sua sentinela
Para ver o seu caixão.
Quando desviei o olhar
Vi alguém me observar
Que pulou meu coração.

Depois de olhar o cadáver
Saí daquela multidão
Ela continuou por lá
A me olhar do salão
Vez em quando parava
E sempre a mão passava
Por cima do caixão.

Chegando a hora de levar
O esquife pra ser enterrado
Na viagem para o cemitério
Ela estava sempre ao lado
Fui também carregar
Pra perto dela chegar
Pois estava apaixonado.

Sempre vinha um amigo
Para na alça pegar
Eu ia pra outro lado
Para de outro tomar
Às vezes pegava atrás
Não queria ficar pra trás
Pra perto dela ficar.

Outro vinha pegar
Eu ia para frente
Era um pega pega danado
Porque tinha muita gente
O defunto era uma pessoa
Que só fez coisas boas
Por isso era atraente.

Chegando no Campo Santo
Ele foi enterrado
Ainda sem conversar
Eu ficava lado a lado
Sempre a observar
Ela também a me olhar
Mas continuava calado.

Saí daquele lugar
Fiquei perto do portão
Esperando a garota
Que mexeu com meu coração
Ela demorou a chegar
Vendo o povo colocar
As flores ali no chão.

Todos foram embora
E eu ali a esperar
Quando vi o defunto
Na frente a me olhar
Dizendo para eu ir
Que ela ia ficar ali
Com ele naquele lugar.

Agradeceu-me por ter
Carregado o seu caixão.
Nisso aquela garota
Apertou minha mão
Dando-me uma comporta
Disse-me que estava morta.
Que tremi no portão!

Falou que esse morto
Que o povo tinha trazido
Era o seu esposo
E que estava agradecido
Que não mais ia voltar
Pra ficar naquele lugar
Junto do seu marido.

Eu era vidente e não sabia
Mas não fiquei preocupado.
Como é que fui gamar
Por uma mulher do outro lado,
E ainda sendo casada?
Aquela alma danada
Veio foi buscar o amado!

Sai dali meio triste
Com a minha desilusão
Olhei para trás e ainda vi
Eles acenando com a mão
Lá na frente virei o olhar
Para também acenar
Mas só estava o portão.
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